O que fazer em caso de contaminação por radiação

O que fazer em caso de contaminação por radiação
A contaminação radioativa consiste em material radioativo, que gera radiação ionizante. É a fonte de radiação, não a própria radiação.

A contaminação radioativa é referida como a presença de substâncias radioativas indesejadas em superfícies ou dentro de sólidos (incluindo o corpo humano), líquidos ou gases, onde a presença deles é involuntária ou indesejável. A contaminação radioativa consiste em átomos radioativos (material) que escaparam do sistema ou estrutura que normalmente os conteria. Como a contaminação radioativa é material radioativo, a radiação ionizante é emitida pela contaminação. É muito importante qual material (qual radioisótopo) é o contaminante radioativo. Também é muito importante distinguir entre contaminação radioativa e radiação em si .

Descontaminação

A descontaminação é um processo usado para reduzir ou remover a contaminação radioativa para reduzir o risco de exposição à radiação. A remoção da contaminação das áreas ocupadas, equipamentos e pessoal é importante para manter uma dose de radiação ionizante tão baixa quanto razoavelmente possível (ALARA). A descontaminação também reduz os níveis de radiação de fundo, o inventário de material radioativo e a disseminação da contaminação para áreas não controladas, equipamentos e pessoal.

A descontaminação pode ser realizada limpando ou tratando as superfícies para reduzir ou remover a contaminação. Isso também pode ser realizado filtrando o ar ou a água contaminada ou cobrindo a contaminação para proteger ou absorver a radiação. O processo também pode simplesmente permitir tempo suficiente para que o decaimento radioativo natural diminua a radioatividade.

Nas usinas nucleares , é inevitável que muitos itens de equipamento e também ferramentas, roupas, áreas de trabalho e até pessoas sejam contaminados. Isso é bastante comum, pois parte do material radioativo fica preso às superfícies (por exemplo, a sola de um sapato). Nesse caso, os trabalhadores são monitorados continuamente e, nesse caso, a contaminação da superfície deve ser removida. Podemos nos livrar da contaminação por muitos mecânicos, químicos (descontaminar superfícies). Processos biológicos ( meia-vida biológica) sempre trabalhe em caso de contaminação interna. Uma pessoa se torna ‘radioativa’ se partículas de poeira contendo vários radioisótopos pousam na pele ou na roupa da pessoa. Depois que uma pessoa é descontaminada por remoção de roupas e lavagem dérmica, todas as fontes de radioatividade de partículas são eliminadas e o indivíduo não é mais contaminado.

Técnicas de descontaminação

Em geral, existem muitas técnicas e equipamentos usados ​​para descontaminação de superfícies e pessoas. De qualquer forma, o tipo de contaminação e o material contaminado são importantes. Por exemplo, é muito difícil descontaminar materiais porosos. Como orientação geral ao leitor, essas técnicas de descontaminação e suas principais aplicações são destacadas em:

Referência especial: Tecnologia de ponta para descontaminação e desmantelamento de instalações nucleares, AIEA. IAEA Vienna, 1999. ISBN 92–0–102499–1.

  • Descontaminação química . A descontaminação química é um dos melhores métodos para a maioria das operações de descontaminação: limpar com água à qual um ou mais agentes químicos adequados de limpeza foram adicionados. Esses métodos incluem descontaminação usando soluções químicas, géis químicos, descontaminação de espuma etc. A remoção da contaminação do pessoal deve ser feita com cuidado para garantir que a pele não seja danificada e para evitar que a contaminação entre no corpo ou em uma ferida.
  • Descontaminação mecânica . A descontaminação mecânica pode ser usada especialmente para descontaminação industrial. Existem métodos de descontaminação nos quais a camada externa da superfície contaminada é removida por força física. Tais métodos são eficazes, mas são um tanto brutos e destrutivos, e talvez não seja possível usá-los em objetos delicados. Esses métodos incluem descontaminação usando limpeza a vapor, limpeza abrasiva, jateamento de areia, aspiração, limpeza ultrassônica etc.

Conheça os efeitos e os fatores que influenciam através da contaminação radioativa sobre o corpo humano.

O que é Contaminação radioativa?

Contaminação radioativa é o contato e a retenção de material radioativo, geralmente em forma de líquido ou poeira. Pode acontecer por meio da inalação, da ingestão ou da penetração através da pele ou de algum ferimento específico. Essa contaminação pode ser do tipo: externa ou interna.

A contaminação do tipo externa ocorre na pele ou nas roupas, onde pode cair ou ser retirada por atrito, contaminando pessoas e objetos. Já a contaminação interna é o material radioativo dentro do corpo, o qual pode contaminar através da ingestão, inalação ou por meio de lesões na pele. 

 Como a Contaminação Radioativa ocorre no corpo?

Em geral, a radiação atua nas estruturas moleculares das células, impossibilitando a saudável reprodução da célula e provocando alterações aleatórias e graves em nosso DNA, que interfere no adequado funcionamento de todo o corpo ao mudar proteínas essenciais para a manutenção da vida.

Além disso, destroem o metabolismo e ocasiona sintomas, tais como: sangramentos, vômitos, diarreia, podendo gerar um câncer e até mesmo a morte. Há alguns tratamentos para desintoxicação de pessoas contaminadas com radiação, mas a sua eficácia dependerá do nível de exposição, do organismo e de condições anteriores de saúde, visto que, em sua grande maioria, a contaminação é letal a curto ou longo prazo.

Estudos revelam que existem contaminação radioativa, quando radionuclídeos artificiais estão presentes no ambiente terrestre, como no solo, nas plantas, na água, nos alimentos e em nosso corpo interno e externo.

Se uma pessoa sofre contaminação por radiação, consequentemente ela torna-se uma ameaça para outras pessoas. Visto que, o material radioativo que está presente em determinado corpo, permanece emitindo radiações, e isso poderá contaminar outras pessoas. 

Fatos que ocorreram sobre efeitos de contaminação por radiação

Em 13 de setembro de 1986, na cidade de Goiana, aconteceu uma tragédia radioativa, a do Césio 137.  O incidente teve início, após dois jovens catadores de materiais recicláveis, encontraram e abriram um aparelho de radioterapia contendo o elemento radioativo. Na ocasião, quatro pessoas morreram, mais de mil foram contaminadas e, estima-se que dezenas de pessoas faleceram em consequência de complicações desenvolvidas a partir da contaminação pelo césio 137.

No ano de 1986, ocorreu uma das maiores tragédias radioativa, na cidade de Chernobyl, na Ucrânia. Um reator da Estação Nuclear de Chernobyl explodiu, e altos índices de radiação foram emitidos. Até hoje não sabe ao certo o número de vítimas, entretanto, a Organização Mundial da Saúde estima-se que mais de 4 mil pessoas tenham morrido e 50.000 contaminados em decorrência da exposição.

Contaminação radioativa na agricultura

A agricultura também pode ser afetada pela contaminação por radiação, uma vez que, o perigo maior está na exposição às radiações ionizantes que podem ocasionar danos biológicos nas células de novas sementes e cultivos.

Fatores que influenciam a contaminação radioativa

  • O tempo de exposição à fonte de radiação;
  • A distância mantida entre o trabalhador e a fonte de radiação;
  • A blindagem: barreiras feitas de materiais que sejam capazes de absorver radiações ionizantes;
  • Uso de equipamentos protetores, os níveis de radiação, o poder de conscientizar a sociedade sobre os riscos da contaminação radioativa, dentre outros.

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A medida mais importante em situações como a do Japão, onde ainda não se confirmou um nível crítico de contaminação, é a distribuição de pastilhas de ‘iodo limpo’ para evitar o câncer na tireoide

Pessoas expostas à radiação, entre elas os especialistas e bombeiros que trabalham na zona de risco das usinas nucleares japonesas, correm graves riscos de saúde. Elas podem apresentar náuseas e vômitos nas 24 horas seguintes ao contato com a radiação e sintomas de doenças nas semanas ou meses posteriores, dependendo da dose recebida.

De acordo com Artur Malzyner, oncologista do hospital Albert Einstein, o sintoma mais comum de pessoas expostas a uma pequena dose de radiação é a náusea seguida de vômito. Se o nível for um pouco maior, a contaminação nuclear começa a afetar outros órgãos do corpo.

De acordo com o médico, nesses casos, a médula óssea é a parte do corpo humano mais vulnerável à radiação. Responsável pela formação de células sanguíneas, incluindo as células de defesa do corpo humano, o órgão pode ressecar em doses relativamente baixas. “É o primeiro órgão a ser enfraquecido pelo efeito radioativo”, disse. Isso quer dizer que o indivíduo pode ficar anêmico e o corpo perder completamente a capacidade de se defender de doenças.

Doses mais altas podem afetar o aparelho digestivo, pulmão e provocar tumores malignos na tireoide. A radiação em níveis relativamente baixos também pode afetar a gestação e o aparelho reprodutivo, causando esterilidade em homens e mulheres. O último tecido humano a ser afetado é o nervoso. “Os problemas neurológicos são, normalmente, os últimos a se manifestarem após anos de exposição”, explicou Malzyner.

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Se a dose for muito alta, contudo, “não há solução”, explicou o professor Patrick Gourmelon, diretor da seção de contaminação humana do Instituto francês de Radioproteção e Segurança Nuclear (IRSN). Nesses casos, o organismo contaminado não consegue se recuperar.

Proteção – A população pode ser protegida com quatro medidas básicas: a retirada de pessoas do local contaminado, o isolamento daqueles que foram atingidos, a ingestão de iodo limpo e água corrente” explicou Gourmelon.

Quando possível, as pessoas devem se instalar nos porões das casas, com as portas e janelas fechadas com fita adesiva sem ligar aparelhos de ar condicionado e de calefação. “Trata-se de evitar, com isso, que partículas radioativas penetrem nos pulmões e no tubo digestivo”, explicou o médico. No caso de contato radiativo com a pele, “será preciso uma boa ducha, mas sem esfregar, para que as partículas não penetrem nos poros”, acrescentou. Também deve-se evitar roer as unhas, fumar e levar as mãos à boca.

Iodo – A medida mais importante em situações como a do Japão, onde ainda não se confirmou um nível crítico de contaminação, é a distribuição de pastilhas de ‘iodo limpo’ para evitar o câncer na tireoide. O iodo deve ser consumido principalmente por jovens, crianças, bebês e mulheres grávidas ou lactantes. “O iodo adere na glândula tireoide, que fica, assim, saturada de iodo limpo, evitando que a radiação a contamine”, explicou o professor. O problema é que essa ação precisa ser feita a tempo de proporcionar proteção – de preferência, uma hora antes da emissão de partículas contaminadas. Também funciona se o iodo for aplicado “nas 24 horas seguintes mas, neste caso, só tem 25% da eficiência”.

Embora a exposição em massa à radiação possa ter sido evitada na central japonesa de Fukushima, vapores e elementos radioativos vazam na atmosfera desde sábado, o que representa un risco de contaminação para as populações vizinhas. A nuvem de gases radioativos que parecia deslocar-se neste domingo para o Oceano Pacífico, com ventos de norte e nordeste é constituída principalmente de iodo e césio, segundo especialistas ouvidos pela AFP.

(Com Agência France-Presse)