O que e biodegradação

"Poluição", "meio ambiente", "reciclagem", "biodegradável" - são termos com que nos deparamos o tempo todo, seja quando lemos sobre um novo desastre ecológico, seja para lembrar que devemos evitar jogar no lixo materiais que podem ser reutilizados, seja para dizer que um produto é menos agressivo que outro ao meio ambiente. Mas como é que um material pode ser degradado? O que é, afinal, biodegradação? E por que alguns materiais não se degradam?

Destruição por meio de agentes biológicos

Um material biodegradável é "processado", pelo menos parcialmente, por organismos - geralmente microscópicos - que utilizam esse material como alimento. Nesse processo, o material original é alterado e, em geral, transformado em moléculas menores, em alguns casos em água e CO2.

Quando um poluente é uma molécula natural (isto é, produzida por seres vivos), geralmente é biodegradável - podemos dizer que a natureza já tem "ferramentas" para destruí-lo. Quando um poluente é estranho à natureza, podemos chamá-lo de xenobiótico - literalmente, "estranho à vida". E esse poluente pode ou não ser difícil de degradar.

Por que é importante entender a biodegradabilidade?

Porque produzimos muito lixo, do qual precisamos nos desfazer adequadamente. No Brasil, a produção de lixo sólido urbano é da ordem de 105 milhões de toneladas por ano, o que dá cerca de 1 tonelada por habitante, por ano. A maior parte desse material vai parar em lixões e aterros, onde é essencial que haja degradação.

As figuras a seguir mostram a composição típica do lixo urbano e, depois, a destinação desses resíduos no Brasil, segundo o IBGE:

Como acontece a biodegradação?

Mais ou menos como a digestão dos alimentos: moléculas pequenas são absorvidas por microrganismos e sofrem reações complexas de oxidação, enquanto moléculas grandes - celulose, amido, proteínas, etc. - precisam ser quebradas em pedaços menores antes de passarem por outras reações. Por exemplo, a decomposição de restos de arroz (rico em amido) por fungos e bactérias seria, simplificadamente, assim:

A primeira etapa dessa reação é chamada de hidrólise, porque a quebra da longa molécula de amido é feita com a incorporação de moléculas de água (hidro = água; lise = quebra). A segunda etapa é a respiração, na qual a glicose é o combustível para a glicólise e o ciclo de Krebs. Essa segunda etapa, se for feita na ausência de oxigênio, é fermentativa e pode produzir outras moléculas orgânicas pequenas, como ácido lático ou etanol.

A degradação de um tecido de algodão ocorre de forma semelhante, mas mais lenta (até alguns meses), porque a celulose, principal componente do algodão, é um polímero bem mais difícil de hidrolisar que o amido. Degradar madeira, então, é ainda mais difícil, porque ela possui um componente, chamado lignina, que é extremamente resistente ao ataque dos microrganismos.

A degradação também depende das condições em que o material está: um pedaço de madeira que poderia degradar em alguns anos na superfície do solo (onde há contato com oxigênio, necessário para muitos microrganismos) pode, se enterrado a alguns metros da superfície, acabar se fossilizando lentamente.

Quando um material não é biodegradável?

Em geral, materiais inorgânicos não podem fornecer energia a microrganismos (isto é, não são alimento) e, portanto, não são degradados. Vidro, cerâmicas e metais podem até sofrer lenta ação química na natureza, mas raramente sofrem ataque direto de microrganismos.

Então, orgânico = biodegradável?

Não, porque ainda é importante levar em conta o tempo de degradação. Embora materiais plásticos possam ser degradados por microrganismos, o processo é tão lento que, em termos práticos, esses materiais não são biodegradáveis.

Sacolas plásticas (que são feitas de camadas finas de polietileno, PVC ou polipropileno) levam de 10 a 20 anos para desaparecer; peças mais espessas podem levar centenas de anos, e é provável que, por muitos séculos, restos de plásticos usados no século 20 possam ser encontrados dispersos na natureza.

Essa resistência à degradação pode ser explicada, quimicamente, por dois fatores: primeiro, muitos plásticos são parafinas - um nome dado pelos químicos orgânicos aos hidrocarbonetos saturados, que são relativamente pouco reativos. Por outro lado, a maioria dos plásticos são pouco "molháveis" - portanto, mais difíceis de atacar por mecanismos biológicos, que sempre precisam de meios aquosos.

Outro importante motivo para a dificuldade de degradação de alguns compostos é a sua toxicidade: muitas substâncias, como pesticidas organoclorados e compostos organometálicos são tóxicos, inibindo o crescimento de microrganismos. Nesse caso, podem ficar dispersos na natureza ou até sofrer biomagnificação, entrando em cadeias alimentares.

Como facilitar a degradação

Nas últimas décadas, surgiram pesquisas no sentido de aumentar a "molhabilidade" dos plásticos, facilitando a sua dispersão e aumentando a porosidade, o que deveria facilitar o trabalho de microrganismos. Além disso, é importante dispor corretamente de materiais menos resistentes, como papel e resíduos vegetais, de forma que as condições de degradação sejam ideais - é o que se faz na compostagem de resíduos.

Pode-se dizer que umidade, temperatura e oxigênio suficientes facilitam a degradação, além da moagem do material. E, finalmente, reciclar - afinal, por que permitir que um material apodreça se ele puder ser reutilizado?

1)Redução de uma substância a constituintes mais simples e menos prejudiciais como dióxido de carbono, água ou elementos individuais pela ação de organismos vivos. 2)destruição ou mineralização de matéria orgânica natural ou sintética, por microrganismos existentes no solo, água natural ou em um sistema de tratamento de água residuária.

Postado em 08 de Fevereiro de 2019 às 11h09

Biodegradação é o processo de desintegração de materiais realizada por bactérias, fungos e outros organismos. O termo foi utilizado pela primeira vez em 1961, para descrever a decomposição de materiais compostos por carbono, hidrogênio e oxigênio. A biodegradação é essencial para a manutenção da vida na terra, pois ela permite a formação de húmus, que retorna os nutrientes para as plantas, regula as populações de micro-organismos e torna os solos férteis. Sem a biodegradação, a formação de húmus seria inviabilizada, e os nutrientes ficariam eternamente presos nos organismos, não podendo ser naturalmente reciclados, inviabilizando a vida no planeta como a conhecemos. • Húmus: o que é e quais são suas funções para o solo Os micro-organismos realizam a biodegradação para utilizar substâncias químicas na respiração celular e na formação de aminoácidos, tecidos e novos organismos. Além de contribuir para a reciclagem de nutrientes, a biodegradação contribui para eliminar contaminantes de origem orgânica como fezes, detergente, papel, hidrocarbonetos, etc; podendo ocorrer por meio da degradação aeróbica (com a presença de oxigênio) ou da degradação anaeróbica (sem oxigênio). O termo é frequentemente usado na biomedicina, gestão de resíduos, ecologia e biorremediação, sendo associado a produtos ecologicamente corretos, capazes de se decompor de volta em elementos naturais. Mas é importante não confundir a biodegradação com a compostagem. Quando algo é biodegradável significa apenas que ele pode ser consumido por micro-organismos. A compostagem, por outro lado, é a transformação da matéria orgânica em um material estável, rico em húmus e nutrientes minerais; com atributos físicos, químicos e biológicos superiores (sob o aspecto agronômico) àqueles encontrados na matéria-prima original. • Compostagem: o que é, para que serve e como fazer • HPAs: o que são os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos e seus efeitos • Você sabe o que são PCBs? Entre os contaminantes que podem ser biodegradados pelos micro-organismos estão os óleos (hidrocarbonetos), os hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (PAHs), os bifenilos policlorados (PCBs), substâncias farmacêuticas, entre outras. Fatores que afetam a biodegradação Na prática, quase todos os compostos químicos e materiais estão sujeitos à biodegradação. Entretanto, a importância está no tempo demandado por cada tipo de material. Fatores como água, luz, temperatura e oxigênio interferem no processo. A biodegradabilidade pode ser medida de várias maneiras. Testes de respirometria, por exemplo, podem ser usados para micróbios aeróbicos. Para isso, é adicionado oxigênio a uma mistura de resíduos sólidos com micro-organismos e solo. Ao longo de vários dias, conforme os micro-organismos vão digerindo, é liberado dióxido de carbono, cuja quantidade emitida serve como um indicador de degradação. A biodegradação também pode ser medida por micróbios anaeróbicos e pela quantidade de metano ou liga que eles são capazes de produzir. Na literatura científica formal, o processo é denominado biorremediação.

Fonte: https://www.ecycle.com.br/6557-biodegradacao.html

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