Muitas são as vezes que confundimos o emprego de determinadas palavras, principalmente quando o assunto faz referência à análise sintática. Para ilustrar tal ocorrência, entra em cena o “que”. Nesse sentido, ocupemo-nos agora em sanar esses possíveis equívocos, a título de nos mantermos bem informados acerca dos aspectos que nutrem a língua como um todo. Para tanto, vejamos alguns exemplos: Show Era necessário que você viesse logo. Temos duas orações: a primeira, também chamada de principal, e a segunda, representada por uma oração subordinada substantiva subjetiva. Mas como chegamos a esta conclusão? Simples, pois ao fazermos a pergunta ao verbo: o que era necessário? Logo descobrimos que “que você viesse logo” representa o sujeito da oração em evidência. Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;) Dessa forma, esse “que” se classifica como uma conjunção integrante pelo fato de introduzir uma oração subordinada substantiva. Vejamos, pois, este outro exemplo: Os alunos, que obtiveram boas notas, estão de férias. Notamos que a palavra “que”, desta vez, cumpre um importante papel: o de substituir o substantivo “alunos”. Por tal razão é que ele se classifica como um pronome relativo, haja vista que introduz uma oração subordinada adjetiva restritiva. E aí vai uma dica importantíssima: para saber se ele realmente é um pronome relativo, basta substituí-lo por “o qual, os quais, a qual, as quais”. Logo, o porquê de tal classificação. Por Vânia Duarte Traços específicos demarcam o uso do “que” como conjunção integrante e como pronome relativo Em se tratando dos estudos morfossintáticos, uma mesma palavra pode despenhar funções distintas – fato que às vezes causa dúvidas na maioria dos usuários, no que tange à habilidade em saber distingui-las. Como não poderia ser diferente, estamos diante de mais um desses casos – o “que”, ora classificado como conjunção integrante, ora como pronome relativo. Nesse sentido, teria você, caro (a) usuário (a), percepção para tal diferenciação? Se não, não se preocupe, haja vista que a finalidade a que se presta o artigo em pauta é justamente esclarecer tal fato. Ela sabia que não era urgente o comparecimento à reunião. Temos aqui duas orações: a primeira delas, em vermelho, denominada principal – ela sabia. E a segunda, sublinhada – que não era urgente o comparecimento à reunião. Esta é classificada como uma oração subordinada substantiva objetiva direta. Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;) No que tange à segunda oração, constatamos que se inicia justamente com a palavra “que”, que, por sua vez, caracteriza-se como uma conjunção integrante, pelo fato de representar o objeto direto de uma oração subordinada substantiva objetiva direta. Passemos a outro exemplo: Os alunos que foram vencedores receberam o prêmio. Temos também duas orações: a primeira, em vermelho, é considerada como a principal. E a segunda, sublinhada, representa uma oração subordinada adjetiva restritiva. Iniciada também pelo vocábulo “que”. Mas a pergunta é: estaria ele destinado à mesma classificação anterior (conjunção integrante)? A resposta é não, haja vista que aqui ele introduz uma oração subordinada adjetiva restritiva e pode ser substituído pelo pronome “os quais” – razão pela qual se caracteriza como um pronome relativo. Eis, portanto, a grande diferença que demarca as funções do “que”.
Conforme a função que desempenha na oração, QUE pode ser classificado como um pronome relativo ou como uma conjunção integrante. Saber diferenciar o pronome da conjunção é essencial para a realização de uma correta análise sintática e morfológica da oração. Quando QUE é pronome relativo?Que é um pronome relativo quando:
Exemplos de que como pronome relativo
Substituição de que por o qual, a qual, os quais ou as quais: A opinião com que concordo é a sua. A opinião com a qual concordo é a sua. Quando QUE é conjunção integrante?Que é uma conjunção integrante quando:
Exemplos de que como conjunção integrante
Substituição de que por isso ou isto: Desejo que tudo se resolva. Desejo isso. (FGV) Texto 1 Cabeça nas nuvens Quando foi convidado para participar da feira de educação da Microsoft, Diogo Machado já sabia que projeto desenvolver. O estagiário de Informática da Escola Estadual Professor Francisco Coelho, em Cachoeiro de Itapemirim (ES), estava cansado de ouvir reclamações de alunos que perdiam arquivos no computador. Decidiu criar um sistema para salvar trabalhos na própria internet, como ele já fazia com seus códigos de programação. Dessa forma, se o computador desse pau, o conteúdo ficaria seguro e poderia ser acessado de qualquer máquina. A ideia do recém-formado técnico em Informática se baseava em cloud computing (ou computação em nuvem), tecnologia que é aposta de gigantes como Apple e Google para o armazenamento de dados no futuro. Em três meses, Diogo desenvolveu o Escola na Nuvem (escolananuvem.com.br), um portal em que estudantes e professores se cadastram e podem armazenar e trocar conteúdos, como o trabalho de Matemática ou os tópicos da aula anterior. As informações ficam em um disco virtual, sempre disponíveis para consulta via web. (Extraído da Revista Galileu, nº 241) Analise as frases a seguir. I. “como ele já fazia com seus códigos de programação”. II. “aposta de gigantes como Apple e Google”. III. “trocar conteúdos como o trabalho de matemática”. Em relação ao emprego do vocábulo em destaque nas frases acima, assinale a afirmativa correta. a) ( ) As frases I e II são as únicas de valor comparativo. b) ( ) A frase II é a única de valor comparativo. c) ( ) Nas três frases, o valor é de modo. d) ( ) Nas três frases, o valor é de exemplificação. e) ( ) O valor é diferente nas três frases.
http://www.portugues.com.br/gramatica/que-conjuncao-integrante-ou-pronome-relativo-.html Classifique o QUE em pronome relativo ou conjunção integrante. a) Nos 38 dias que ficaram em alto mar, eles só passaram a viajar na escuridão. b) É importante que você mantenha os pés no chão. c) Corria um vento que lhe esfriava os pés. d) Dizem que o vestibular vai ser eliminado. e) Convenci-me de que preciso estudar mais. f) Graciliano Ramos, que escreveu "Vidas Secas", é um excelente escritor. Fonte: Gramática do Faraco e Moura. |