O que se estuda em geologia

Geologia � a ci�ncia que estuda os processos que ocorrem no interior do globo terrestre e na sua superf�cie. Pode-se dizer tamb�m que � a ci�ncia que estuda a Terra (do grego Geos = Terra e logos = estudo). � uma ci�ncia relativamente nova, surgida no s�culo XVIII. No Brasil, os primeiros ge�logos diplomaram-se em 1959.

Ela � talvez a mais variada das ci�ncias naturais. Estuda a Terra como um todo, sua origem, composi��o, estrutura e hist�ria, bem como os processos que deram origem ao seu estado atual e os que governam as transforma��es que ocorrem no presente. Estuda tamb�m a vida que sobre ela existiu e que se encontra registrada nos f�sseis, que s�o restos ou vest�gios de animais e plantas preservados nas rochas. Na maioria dos casos, o ge�logo faz isso em uma �rea restrita, que pode ser, por exemplo, um munic�pio, uma por��o do estado, um ambiente geol�gico favor�vel � exist�ncia de um determinado min�rio etc.

Curso de Geologia

O curso universit�rio de geologia compreende algumas disciplinas que s�o uma extens�o ou revis�o de assuntos vistos no Ensino M�dio e outras que s�o profissionalizantes.

Entre as primeiras podem ser citadas: desenho, ingl�s, matem�tica, qu�mica, f�sica e biologia. Como disciplinas profissionalizantes devem ser citadas: mineralogia, cristalografia, petrografia, petrologia, tect�nica, sedimentologia, geoqu�mica, geof�sica, geologia econ�mica, paleontologia, hidrogeologia, geot�cnica, aerofotogrametria, topografia e geologia estrutural.

Como toda ci�ncia, a geologia liga-se a outras �reas profissionais, havendo campos de atua��o mista. Temos, por exemplo, geof�sica, geoqu�mica, geomatem�tica, geoestat�stica, geologia ambiental, engenharia de minas, geologia de engenharia (ou geot�cnica) etc. A geologia ambiental � o ramo que se liga com o maior n�mero de outras ci�ncias, pois tem a ver com agronomia, arquitetura, engenharia, educa��o, economia etc.

A gradua��o em geologia dura normalmente cinco anos e no final os alunos, divididos em equipes, fazem o chamado trabalho de gradua��o. � um trabalho de mapeamento geol�gico, semelhante ao que muitos far�o depois de formados, necess�rio para obten��o do diploma. Durante o curso, s�o feitas viagens a diversos locais para conhecer diferentes tipos de rochas e minerais; para aprender a descrever um afloramento (local onde aparecem rochas); a anotar os dados na caderneta de campo; a usar mapa, b�ssola e fotografias a�reas; a descrever e fotografar as estruturas geol�gicas que, por seu porte, n�o podem ser vistas em amostras de rocha; e outras atividades t�picas da profiss�o. Atualmente, a procura por esse curso est� em crescimento e em algumas universidades h� 20 candidatos ou mais por vaga.

Entre as universidades que oferecem o curso de gradua��o em geologia est�o:

Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ

Universidade Federal do Amazonas - UFAM

Universidade Federal da Bahia - UFBa

Universidade Federal do Cear� - UFC

Universidade federal do Esp�rito Santo - UFES

Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG

Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT

Universidade Federal de Ouro Preto - UFOP

Universidade Federal do Par� - UFPA

Universidade Federal de Pernambuco - UFPE

Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS

Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ

Universidade de Bras�lia - UnB

Universidade Estadual Paulista J�lio de Mesquita Filho - UNESP

Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS

Universidade de S�o Paulo - USP

Universidade Federal de Roraima - UFRR

Universidade Federal do Pampa - Ca�apava do Sul (RS) - UNIPAMPA

Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC

Universidade UniBH - Belo Horizonte (MG) - UniBH

Faculdade do Noroeste de Minas - Paracatu (MG) - Finom

Universidade Federal do Paran� - UFPR

Universidade Federal do Oeste do Par� - Santar�m (PA) - Ufopa

Universidade Estadual de Campinas - Campinas (SP) - Unicamp

Universidade de Vila Velha - Vila Velha (PR) - UVV

Universidade Federal do Par� - Marab� (PA) - UFPA

Centro Universit�rio Monte Serrat (SP) - UNIMONTE

Centro Universit�rio de Belo Horizonte (BH) - UniBH

Algumas universidades, embora n�o possuam gradua��o em geologia, oferecem cursos de p�s-gradua��o na �rea, como a Universidade Federal Fluminense - UFF e Universidade de Guarulhos - UNG.

O ge�logo pode trabalhar s� em escrit�rios ou laborat�rios, mas normalmente sua atividade alterna per�odos no campo com per�odos no escrit�rio, o que permite uma saud�vel mudan�a de rotina. O trabalho de campo � mais cansativo, mas propicia um contato �ntimo e agrad�vel com a natureza.

Um dos seus principais trabalhos � o mapeamento geol�gico, atividade t�pica dessa profiss�o. Nele, o ge�logo percorre a �rea a ser mapeada, geralmente de carro, mas tamb�m a p� (quando h� locais de dif�cil acesso, quando a �rea a ser mapeada � pequena ou quando o trabalho � de muito detalhe). � medida que percorre essa �rea, ele vai descrevendo as rochas que encontra, coletando amostras e fazendo suas anota��es na caderneta de campo. Com esses dados, o ge�logo elabora o mapa geol�gico, onde est�o representados os diferentes tipos de rocha e as rela��es entre eles, documento este muito �til para diversas finalidades, at� mesmo fora da geologia. De posse de um mapa geol�gico, o ge�logo pode definir as �reas mais favor�veis para fazer pesquisa mineral, ou seja, para procurar um bem mineral em particular. Se ele quiser encontrar carv�o, por exemplo, vai pesquisar onde h� rochas sedimentares, nunca em rochas �gneas ou metam�rficas.

Outro trabalho importante � em hidrogeologia, setor em que o ge�logo faz pesquisa para encontrar �gua subterr�nea. Como as �guas superficiais s�o cada vez mais polu�das e, em certas regi�es (como o Nordeste do Brasil), muito escassas, � importante abrir po�os tubulares para aproveitar a �gua do subsolo. O hidroge�logo trata do gerenciamento dos recursos h�dricos, supervisiona e orienta a constru��o de po�os.

Nas minas o trabalho do ge�logo tamb�m � importante, porque, embora o min�rio j� tenha sido ali descoberto, � preciso definir bem seu volume e sua distribui��o. � medida que ele vai sendo extra�do, podem surgir locais onde se esperava que ele existisse, mas n�o existe. Ou ao contr�rio: pode aparecer em locais onde n�o se esperava. Essa pesquisa de detalhe �, portanto, importante para orientar a lavra.

A �rea de geot�cnica � um amplo campo de trabalho para o ge�logo, pois inclui a constru��o de estradas, t�neis, viadutos, barragens, edif�cios etc. A� � importante seu trabalho junto com o engenheiro civil, porque ele vai dizer se o solo � adequado � constru��o daquelas obras e o que deve ser feito para garantir a estabilidade das constru��es.

No sensoriamento remoto os ge�logos utilizam recursos como fotografias a�reas, imagens de sat�lite e de radar para mapeamento geol�gico de solos, de vegeta��o, de �reas cultivadas etc.

Na geoqu�mica o ge�logo planeja (e, �s vezes, executa) a coleta de amostras de solo, rocha, �gua e sedimentos de corrente (areias do fundo dos rios) e determina onde esse material deve ser coletado. De posse dessas amostras, ele as manda para o laborat�rio a fim de determinar que porcentagem possuem do elemento qu�mico que se est� procurando ou para ver quais elementos qu�micos s�o nelas mais abundantes. Com isso, obt�m dados que permitem dizer, com maior ou menor certeza, se h� na �rea estudada uma jazida. Pode ser dividida em geoqu�mica sedimentar, geoqu�mica org�nica, geoqu�mica ambiental etc.

Muito ligado � geoqu�mica est� o mais novo campo da geologia, a geologia m�dica. Ela investiga a a��o de elementos qu�micos cuja presen�a ou falta em um determinado ambiente provoca danos � sa�de humana. Um exemplo � o excesso de fl�or nas �guas naturais da regi�o produtora de fluorita em Santa Catarina, que causa fluorose, um problema na denti��o humana. Contamina��o dos rios por merc�rio em �reas com garimpos de ouro � outro exemplo.

Na geof�sica os ge�logos e f�sicos medem propriedades como magnetismo, densidade, propriedades el�tricas ou radioatividade das rochas para detectar presen�a de min�rios, principalmente de minerais met�licos (ferro, mangan�s, cobre, chumbo, zinco, ouro, molibd�nio etc.). Estudam o campo magn�tico terrestre (intensidade, configura��o e varia��o), o fluxo de calor interno da Terra e o movimento das ondas s�smicas, que est�o associadas aos terremotos. A geof�sica combina geologia com f�sica para solucionar problemas como descoberta de reservas de g�s, petr�leo, metais e �gua.

A geologia marinha � uma �rea de trabalho relativamente nova. Esse ramo da geologia estuda as varia��es do n�vel do mar e o relevo do assoalho oce�nico. O Centro de Estudos de Geologia Costeira e Oce�nica - CECO, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS, � o mais avan�ado centro de pesquisa nessa �rea em toda a Am�rica Latina, com n�vel de mestrado e doutorado.

A sondagem n�o � um ramo da geologia, mas � um m�todo de pesquisa que exige conhecimento bem especializado. Ela compreende a perfura��o de po�os com di�metros entre 2,5 e 75 cm e profundidade de at� 1.000 m - ou bem mais do que isso se for para petr�leo - para coleta de amostras do subsolo ou para a produ��o de �gua, petr�leo ou g�s.

Uma �rea de trabalho relativamente recente e muito ampla que se abriu para os ge�logos � a geologia ambiental, respons�vel pela coleta e an�lise de dados geol�gicos visando a evitar ou solucionar problemas oriundos da interven��o humana no ambiente natural. Trabalhando com t�cnicos de outras profiss�es, os ge�logos atuam na preven��o de enchentes, escorregamentos de terra e eros�o; na escolha de locais para instala��o de dep�sitos de lixo, cemit�rios, aeroportos, n�cleos residenciais, f�bricas etc.; na detec��o e delimita��o de �reas polu�das no subsolo; na delimita��o de �reas de preserva��o ambiental, como parques, nichos ecol�gicos, florestas, nascentes de rios, locais de interesse arqueol�gico etc.; na delimita��o tamb�m de �reas impr�prias para a constru��o, como encostas de alta declividade e �reas de solo inst�vel; no planejamento da expans�o urbana; na solu��o de conflitos causados pela minera��o em �reas urbanas (pedreiras, por exemplo); na elabora��o de planos diretores municipais; na recupera��o de �reas degradadas pela minera��o etc.

Um dos sub-ramos da geologia ambiental � a geologia urbana, que trata dos impactos, geralmente ca�ticos, gerados sobre o ambiente, quando o crescimento descontrolado das cidades ocasiona cat�strofes que afetam diretamente a qualidade de vida da popula��o. Atualmente o ge�logo ambiental tem trabalhado bastante na elabora��o de Relat�rios de Impacto Ambiental - Rimas, exigidos antes da execu��o de grandes obras. A geologia ambiental �, portanto, um vasto campo de atua��o profissional, inclusive para profissionais aut�nomos.

Dentro da pesquisa mineral, a pesquisa do petr�leo � uma �rea muito especializada, que exige intenso treinamento. � atendida principalmente pela Petrobras e, ao contr�rio da geologia ambiental, oferece oportunidades em relativamente poucas regi�es do pa�s.

A paleontologia trata da vida pr�-hist�rica, estudando os f�sseis animais e vegetais. Eles s�o importantes indicadores das condi��es de vida existentes no passado geol�gico, preservados por meios naturais na crosta terrestre. Alguns, como os foramin�feros, s�o importantes na pesquisa do petr�leo. Ge�logos que preferem ficar na cidade podem trabalhar em laborat�rios, descrevendo amostras de rocha ao microsc�pio, ministrando aulas em universidades, fazendo estudos de economia mineral etc.

Na pesquisa universit�ria h� ge�logos que se especializam em petrologia (estudo da origem, estrutura, ocorr�ncia e hist�ria das rochas, bem como das mudan�as que nelas ocorrem); mineralogia (estudo dos minerais, suas propriedades qu�micas e f�sicas, usos e modo de ocorr�ncia); cristalografia (estudo das formas externas e da estrutura interna dos cristais naturais ou sint�ticos); sedimentologia (estudo dos dep�sitos sedimentares e das suas origens, das fei��es apresentadas pelas rochas que podem indicar os ambientes que existiam no passado para assim entender os ambientes atuais); geomorfologia (trabalha com a evolu��o das fei��es observadas na superf�cie da Terra, identificando seus principais agentes formadores e caracterizando a a��o de agentes como vento, gelo, �gua e geleiras, que afetam bastante o relevo terrestre); geologia estrutural (estudo das deforma��es das rochas, comparando e classificando as formas obtidas. Ge�logos estruturais s�o capacitados para localizar armadilhas estruturais pass�veis de conter petr�leo).

A crescente participa��o da inform�tica nos trabalhos de geologia tem exigido a presen�a dos ge�logos tamb�m no setor de geoprocessamento, que inclui tanto o trabalho com dados estat�sticos como o tratamento de imagens de sat�lite. Ap�s um bom tempo de experi�ncia profissional, � normal que alguns ge�logos assumam cargos de chefia na empresa ou �rg�o em que trabalham e passem a exercer suas atividades apenas em escrit�rio ou com idas ao campo somente para visitar as �reas de atua��o das equipes que gerenciam.

Quem Emprega Ge�logos

O trabalho do ge�logo envolve normalmente muita atividade ao ar livre, fora da cidade. Mas nem todos trabalham assim, pois precisa-se de ge�logos em trabalho de escrit�rio, laborat�rios, salas de aula etc. Conforme o local de trabalho desse profissional, pode-se falar em geologia de campo, geologia de mina, geologia de po�o, geologia de estradas etc.

A maioria dos ge�logos trabalha em empresas p�blicas (federais, estaduais e municipais), �rg�os do governo, universidades ou empresas de minera��o. Os que trabalham como aut�nomos s�o, na maioria, profissionais rec�m-formados que, pela dificuldade de conseguir um emprego, montam um pequeno neg�cio ou ent�o ge�logos diplomados h� um bom tempo, j� experientes.

As empresas que empregam mais ge�logos no Brasil s�o as estatais, como o Servi�o Geol�gico do Brasil - CPRM e a Petrobras. Nas duas o ingresso se faz por concurso p�blico.

A CPRM � a empresa brasileira que mais tem ge�logos em seus quadros (s�o mais de 400) e a que tem a maior �rea de atua��o. Atua em todos os setores da geologia - exceto minera��o e pesquisa de petr�leo - e em todos os estados. J� a Petrobras atua em todo o Brasil, mas concentra suas atividades nas �reas ricas em petr�leo (Rio de Janeiro, Bahia e Sergipe, principalmente). A Vale, que antes era uma empresa estatal, emprega muitos ge�logos e produz principalmente min�rio de ferro (sobretudo em Minas Gerais e Par�).

A Ag�ncia Nacional de Minera��o - ANM (antigo Departamento Nacional de Produ��o Mineral - DNPM) tamb�m emprega muitos ge�logos. Ela atua em todo o pa�s e fiscaliza a produ��o e comercializa��o (inclusive exporta��o) das subst�ncias minerais no Brasil. � ela tamb�m que fiscaliza a pesquisa mineral, fazendo cumprir o C�digo de Minera��o.

H� tamb�m os �rg�os de prote��o ambiental, como o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renov�veis - IBAMA, da �rea federal, e �rg�os similares nas esferas estadual e municipal. As universidades que mais contratam ge�logos s�o naturalmente as que possuem curso de Geologia, como UFRGS, USP, Unisinos, USP, UFBa, UFPA, UFRJ e UFOP, entre outras.

A C�mara dos Deputados (Bras�lia) contrata ge�logos para assessoria t�cnica. A Pol�cia Federal tem hoje mais de 30 peritos criminais que s�o ge�logos. Um deles inclusive chefia o Instituto Nacional de Criminal�stica daquele �rg�o. Os governos estaduais costumam ter secretarias, empresas de minera��o e outros �rg�os que tamb�m empregam ge�logos. Servem como exemplo as secretarias de meio ambiente e de obras p�blicas. As prefeituras municipais das capitais e das cidades interioranas de maior porte costumam ter ge�logos tamb�m, principalmente nos �rg�os ambientais.

A Amaz�nia � uma �rea onde ainda h� muito a ser feito em termos de levantamentos geol�gicos. As dificuldades do trabalho l� s�o maiores que no restante do pa�s, mas os sal�rios s�o tamb�m maiores. � l� que fica a Serra dos Caraj�s, uma fant�stica prov�ncia mineral, com importantes jazidas de ferro, mangan�s, ouro, cobre, n�quel e outros metais.

H� ainda empresas de sondagem, de geot�cnica e microempresas. Essas �ltimas t�m atuado com frequ�ncia na elabora��o de relat�rios de impacto ambiental (Rimas) e em estudos de impacto ambiental (Eias).

Equipamentos Usados pelo Ge�logo no Campo

O principal instrumento de trabalho do ge�logo � o martelo de ge�logo. Ele � um s�mbolo da profiss�o. Trata-se de um martelo diferente, pr�prio para quebrar rochas e minerais. Com cabo revestido de n�ilon para permitir que seja segurado com firmeza, � fabricado com uma liga met�lica especial de alta resist�ncia, a qual sofre desgaste, mas sem soltar lascas. O martelo de ge�logo � inquebr�vel em uso normal e � formado por uma pe�a s�, n�o tendo cabo separado do resto.

Outro instrumento que o ge�logo sempre leva para o campo � a b�ssola, usada n�o apenas para se orientar mas tamb�m para medir a dire��o e a inclina��o (mergulho) de camadas, veios e fraturas. A b�ssola de ge�logo possui um clin�metro, dispositivo para medir inclina��es e que permite tamb�m, atrav�s de um c�lculo trigonom�trico simples, determinar a altura de um morro, edif�cio etc.

A caderneta de campo � fundamental para o ge�logo. Nela, ele anota tudo o que v� de importante, marca as dist�ncias percorridas, descreve paisagens, rochas, minerais e f�sseis, a dire��o e o mergulho das camadas, desenha afloramentos, registra as hip�teses de trabalho etc.

Os mapas topogr�ficos s�o tamb�m indispens�veis quando se vai fazer um mapa geol�gico. Neles, o ge�logo anota os pontos visitados e as estradas percorridas, al�m de representar com diferentes cores os locais correspondentes �s diferentes rochas que encontrou. No trabalho de pesquisa mineral, o ge�logo pode ir para o campo com um mapa geol�gico j� pronto para detalhar melhor as informa��es que ele cont�m.

As fotografias a�reas s�o extremamente �teis antes do trabalho de campo e durante sua execu��o. No escrit�rio, elas s�o usadas para separar os diferentes tipos de rocha (com base nas varia��es de cor e textura), que podem ou n�o ser bem identificados nessa fase. Depois, no campo, faz-se uma verifica��o, visitando alguns locais para confirmar se a separa��o feita no escrit�rio est� correta. Elas servem, al�m disso, para o ge�logo se orientar, localizar estradas, vilas, rios, morros etc.

M�quina fotogr�fica � tamb�m importante, porque uma foto pode dar informa��es que nem o melhor desenhista poderia colocar na caderneta de campo e um n�mero de dados muito maior do que a melhor descri��o escrita. Uma lupa de dez aumentos � igualmente importante para identificar minerais que aparecem na forma de gr�os muito pequenos. Ela costuma ser amarrada num cord�o e levada no pesco�o, porque � pequena e usada com frequ�ncia.

Esse equipamento todo e, �s vezes, amostras de rocha s�o carregados numa mochila, outro equipamento importante para o ge�logo./p>

Dependendo do tipo de pesquisa de campo, pode ser necess�rio tamb�m um cintil�metro, aparelho que mede a radioatividade natural das rochas e que serve tanto para separar seus diferentes tipos como para procurar min�rios radioativos. Se a �rea a ser pesquisada tem uma extens�o muito grande, usa-se um cintil�metro transportado por avi�o, que l� e registra automaticamente a radioatividade. O magnet�metro serve para as mesmas finalidades que o cintil�metro, mas mede o magnetismo das rochas, n�o a radioatividade. Tamb�m ele pode ser port�til ou aerotransportado.

Como equipamento �til, mas nem sempre necess�rio, podem ser citados tamb�m �cido clor�drico (para identificar minerais como a calcita e rochas como o m�rmore e o calc�rio), canivete (para testar a dureza de minerais), fita adesiva (para identificar as amostras de rocha coletadas), cantil, estojo de primeiros socorros, �culos de prote��o, r�guas, �m� e outros. Outros materiais e objetos podem se mostrar necess�rios, dependendo da regi�o e das prefer�ncias individuais do ge�logo.

Em regi�es de dif�cil acesso, como a Amaz�nia ou desertos, � importante o uso de r�dio transmissor-receptor e de soro antiof�dico. Al�m de um equipamento inventado h� pouco tempo, mas que hoje j� corriqueiro: o GPS (Global Positioning System). O GPS � um aparelho que capta sinais de sat�lites que est�o em �rbita em torno da Terra e informa as coordenadas do local onde se est�. Ele � extremamente �til para regi�es de mata fechada, desertos ou �reas com poucas estradas. Tamb�m � importante quando os mapas da regi�o onde se est� trabalhando s�o muito antigos e desatualizados.

Esse equipamento todo costuma ser fornecido pela empresa para a qual o ge�logo trabalha, mas o martelo e a lupa s�o instrumentos indispens�veis j� durante o curso, de modo que, quando se forma, todo ge�logo costuma ter o seu.

Aspectos Legais da Profiss�o

A profiss�o de ge�logo est� regulamentada no Brasil pela Lei n� 4.076, de 23 de junho de 1962. Essa lei diz que s�o compet�ncias do ge�logo ou engenheiro ge�logo:

  • trabalhos topogr�ficos e geod�sicos;
  • levantamentos geol�gicos, geoqu�micos e geof�sicos;
  • estudos relativos �s ci�ncias da terra;
  • trabalhos de prospec��o e pesquisa para cuba��o de jazidas e determina��o do seu valor econ�mico;
  • ensino das ci�ncias geol�gicas nos estabelecimentos de ensino secund�rio e superior;
  • assuntos legais relacionados com suas especialidades;
  • per�cias e arbitramentos referentes �s mat�rias das al�neas anteriores.

� tamb�m atribui��o desses profissionais, segundo a citada lei, o disposto no item IX, artigo 16, do Decreto-Lei n� 1.985, de 29 de janeiro de 1940 (C�digo de Minas), que trata da elabora��o do relat�rio final de pesquisa, referente a uma �rea objeto de alvar� de pesquisa.

O exerc�cio da profiss�o � fiscalizado pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia - CREA, onde todos os ge�logos devem estar registrados, sob pena de incorrer em exerc�cio ilegal da profiss�o.

O sal�rio m�nimo de um profissional da categoria tem o valor de nove sal�rios m�nimos nacionais. Esse valor � devido ao ge�logo com jornada de trabalho de oito horas.

O Dia do Ge�logo � comemorado no Brasil em 30 de maio.

Onde Saber Mais sobre o Ge�logo e a Geologia

Se voc� quiser ver de perto como trabalha o ge�logo e o que � a geologia, visite o Servi�o Geol�gico do Brasil - CPRM. Voc� conhecer� a empresa que mais emprega ge�logos no Brasil e ver� como � o cotidiano desses t�cnicos. Visitando a Superintend�ncia Regional de Porto Alegre, voc� provavelmente ficar� deslumbrado com os bel�ssimos minerais que existem no seu Museu de Geologia e, se for colecionador, poder� ganhar belas pe�as para sua cole��o. O Escrit�rio do Rio de Janeiro tamb�m abriga um rico museu com entrada gratuita, o Museu de Ci�ncias da Terra, que possui at� ossada de dinossauro.

Tamb�m o CREA pode informar sobre essa profiss�o e sobre o mercado de trabalho. O CREA n�o se limita a fiscalizar o exerc�cio legal da profiss�o, ele apoia os profissionais que representa de v�rias maneiras, oferecendo, por exemplo, planos de sa�de, planos de aposentadoria complementar, apoio a atividades profissionais, como cursos e palestras, dentre outros. Seus endere�os na internet s�o:

Alagoas - http://www.crea-al.org.br/

Amazonas - http://www.crea-am.org.br/

Bahia - http://www.creaba.org.br/

Cear� - Creace

Distrito Federal - http://www.creadf.org.br/

No Espirito Santo - http://www.creaes.org.br/

Goi�s - http://www.crea-go.org.br

Maranh�o - http://www.creama.com.br

Minas Gerais - http://www.crea-mg.com.br/

Mato Grosso do Sul - http://www.creams.org.br/

Par� - http://www.creapa.org.br/

Pernambuco - http://www.creape.org.br

Paran� - http://www.crea-pr.org.br

Rio de Janeiro - http://www.crea-rj.br

Rio Grande do Norte - http://www.crearn.com.br

Rond�nia - http://www.crearo.org.br

Rio Grande do Sul - http://www.crea-rs.org.br

Santa Catarina - https://portal.crea-sc.org.br/

Sergipe - http://www.crea-se.com.br

S�o Paulo - http://www.creasp.org.br

A Geologia � o estudo austero do esqueleto da paisagem. As excurs�es do ge�logo s�o as �nicas que merecem este nome: excursus, caminhada al�m do tempo e do espa�o atual. Ao ver a montanha, o ge�logo pensa no mar do qual ela saiu; ao ver o mar, pensa que nele est�o depositadas as montanhas do futuro. A profiss�o do ge�logo s� pode ser exercida apaixonadamente. O ge�logo deve ter da Terra, da geografia f�sica planet�ria, um conhecimento aprofundado que exige uma longa e afetuosa familiaridade. Jamais ser� ge�logo quem n�o tiver perscrutado longamente, nos mapas, os contornos de todos os continentes, as sali�ncias e falhas de todas as costas, as sinuosidades de todos os rios, impostas pelo relevo; o que n�o haja tentado explicar a forma de cada lago e sobretudo o tra�ado das cadeias de montanhas. O verdadeiro ge�logo n�o apenas conhece os f�sseis, como tamb�m os ama. Ama-os com um amor pudico e incompreendido, gerado paulatinamente pela presen�a na mente, at� �s raias da obsess�o, do modesto e indispens�vel testemunho daquilo que era, aqui e outrora, o conhecimento biol�gico deste ser que, para n�s, n�o est� realmente morto.Com a mochila �s costas, o martelo na m�o, caminha, caminha toda a vida, sobre as cristas, na concavidade dos vales, com o olhar fixo na rocha, onde espera aparecer o ind�cio que procura. O verdadeiro ge�logo deve ter pulm�es infatig�veis, pernas de alpinista e, �s vezes, ombros que quisera fossem de ferro, porque a pedra � pesada e deve ser estudada no laborat�rio.

Mas a f� que remove montanhas, a paix�o que o anima, � capaz de sublimar a fadiga e a esperan�a dos descobrimentos e faz que sempre parta de novo, infatig�vel, rumo � sua maravilhosa aventura.

Charles Combaluzier

O texto integral da lei que regulamenta a profiss�o de ge�logo pode ser visto em http://www.crea-rj.org.br/.