Como podemos relacionar a imagem do espinho na roseira título do poema, com a ideia de amor

I. Funções da literatura Existem textos que se classificam como literários e não literários. O texto, para ser considerado literário, precisa ter uma elaboração peculiar e especial, uma linguagem bem elaborada, de modo que ela seja artística. Geralmente, o texto literário revela emoção, pessoalidade e é detentor de simbologia, arte e beleza que transcendem às palavras no papel. As funções da literatura podem ser aferidas tanto em relação ao escritor quanto ao leitor. Aferir a função da literatura em relação ao leitor é um processo demasiadamente subjetivo, já que a interação de cada ser humano com a arte é muito singular. Consequentemente, é mais adequado identificar as funções da literatura a partir das ideias expressas no texto, ou seja, quanto ao escritor. Entre os tipos de funções de literatura, destacamse: 1. Arte engajada ou instrumento político ou engajamento político O texto literário apresenta denúncia social. Ex.: Navio negreiro, Castro Alves; poemas satíricos de Gregório de Matos, Cartas chilenas, Tomás Antônio Gonzaga. 2. Conhecimento do mundo e do homem O texto literário divulga uma realidade. Ex.: O cortiço, Aluísio Azevedo; Inocência, Taunay; Senhora, José de Alencar. 3. Arte pela arte O texto literário tem como assunto a sua própria escrita. Ex.: A um poeta, Olavo Bilac e Poesia Gastei uma hora pensando em um verso Que a pena não quer escrever. No entanto ele está cá dentro Inquieto, vivo. Ele está cá dentro E não quer sair. Mas a poesia deste momento Inunda minha vida inteira. 4. Mecanismo de evasão ou escapismo Carlos Drummond de Andrade. O texto literário apresenta fuga da realidade, mergulho no imaginário (compensação para o mundo real). Ex.: Meus oito anos, Casimiro de Abreu e Vou-me embora pra Pasárgada Vou-me embora pra Pasárgada Lá sou amigo do rei Lá tenho a mulher que eu quero Na cama que escolherei Vou-me embora pra Pasárgada Vou-me embora pra Pasárgada Aqui eu não sou feliz Lá a existência é uma aventura De tal modo inconsequente Que Joana a Louca de Espanha Rainha e falsa demente Vem a ser contraparente Da nora que nunca tive E como farei ginástica Andarei de bicicleta Montarei em burro brabo Subirei no pau-de-sebo Tomarei banhos de mar! E quando estiver cansado Deito na beira do rio Mando chamar a măe-d'água Pra me contar as histórias Que no tempo de eu menino Rosa vinha me contar... Carlos Drummond de Andrade. 5. Hedonismo ou entretenimento O texto literário proporciona prazer. * Essa função é muito subjetiva, pois depende da sensibilidade e da cultura do leitor, portanto, não pode ser aferida, mas está presente em todo texto literário. 6. Catarse (purgação, purificação) O texto literário apresenta uma descarga emocional, um alívio de tensões; o eu lírico projeta seus conflitos no texto. Ex.: Cântico do calvário, Fagundes Varela e Desencanto Eu faço versos como quem chora De desalento... de desencanto... Fecha o meu livro, se por agora Não tens motivo nenhum de pranto. Meu verso é sangue. Volúpia ardente... Tristeza esparsa...remorso vão... Dói-me nas veias. Amargo e quente, Cai, gota a gota, do coração. E nestes versos de angústia rouca Assim dos lábios a vida corre. Deixando um acre sabor na boca. Eu faço versos como quem morre. EXERCÍCIOS E QUESTÕES DE VESTIBULAR Manuel Bandeira. 1. Assinale a opção correta a respeito da natureza e da finalidade da obra literária. A A principal finalidade da literatura é informar a respeito da realidade, demonstrando a veracidade dos fatos. B As informações veiculadas pela obra literária são tão confiáveis quanto às informações jornalísticas, sendo as duas espécies, portanto, da mesma natureza. 23_Lit_Cad1_2017.docx Pág. 1

C Na obra literária, seres, coisas e fatos passam a existir apenas quando colocados no texto, pois o escritor inventa e cria um mundo, embora baseado no real. D O valor da obra literária pode ser aferido pela imitação que faz do mundo: quanto mais próxima estiver do modelo imitado, maior o valor da obra. E Na literatura, a língua é apenas o veículo de expressão das ideias. 2. (ENEM 2002) Érico Veríssimo relata, em suas memórias, um episódio da adolescência que teve influência significativa em sua carreira de escritor. Lembro-me de que certa noite eu teria uns quatorze anos, quando muito encarregaram-me de segurar uma lâmpada elétrica à cabeceira da mesa de operações, enquanto um médico fazia os primeiros curativos num pobrediabo que soldados da Polícia Municipal haviam carneado. (...) Apesar do horror e da náusea, continuei firme onde estava, talvez pensando assim: se esse caboclo pode aguentar tudo isso sem gemer, por que não hei de poder ficar segurando esta lâmpada para ajudar o dotor a costurar esses talhos e salvar essa vida? (...) Desde que, adulto, comecei a escrever romances, tem-me animado até hoje a ideia de atrocidades e injustiças como a nossa, é aceitar a sua lâmpada, fazer luz sobre a escuridão, propícia aos ladrões, aos assassinos e aos tiranos. Sim, segurar a lâmpada a despeito da náusea e do horror. Se não tivermos uma lâmpada elétrica, acendamos o nosso toco de vela ou, em último caso, risquemos fósforos repetidamente, como um sinal de que não desertamos nosso posto. (Érico Veríssimo. Solo de clarineta. Tomo I. Porto Alegre: Editora Globo, 1978.) Neste texto, por meio da metáfora da lâmpada que ilumina a escuridão, Érico Veríssimo define como uma das funções do escritor e, por extensão, da literatura, A criar a fantasia. B permitir o sonho. C denunciar o real. D criar o belo. E fugir da náusea. 3. (ENEM 2003) (...) Do pedacinho de papel ao livro impresso vai uma longa distância. Mas o que o escritor quer, mesmo, é isso: ver o seu texto em letra de forma. A gaveta é ótima para aplacar a fúria criativa; ela faz amadurecer o texto da mesma forma que a adega faz amadurecer o vinho. Em certos casos, a cesta de papel é melhor ainda. O período de maturação na gaveta é necessário, mas não deve se prolongar muito. "Textos guardados acabam cheirando mal", disse Silvia Plath [...] que, com esta frase, deu testemunho das dúvidas que atormentam o escritor: publicar ou não publicar? Guardar ou jogar fora? (Moacyr Scliar. O escritor e seus desafios.) Nesse texto, o escritor usa imagens para refletir a respeito de uma etapa da criação literária. A ideia de que o processo de maturação do texto nem sempre é o que garante bons resultados está sugerida em qual das frases a seguir? A A gaveta é ótima para aplacar a fúria criativa". B "Em certos casos, a cesta de papel é melhor ainda". C "O período de maturação na gaveta é necessário, [...]". D "Mas o que o escritor quer, mesmo, é isso: ver o seu texto em letra de forma". E ela (a gaveta) faz amadurecer o texto da mesma forma que a adega faz amadurecer o vinho. 4. (ENEM 2009 - exemplo de questão no novo perfil de avaliação) O apanhador de desperdícios O apanhador de desperdícios Uso a palavra para compor meus silêncios. Não gosto das palavras fatigadas de informar. Dou mais respeito às que vivem de barriga no chão tipo água pedra sapo. Entendo bem o sotaque das águas Dou respeito às coisas desimportantes e aos seres desimportantes. Prezo insetos mais que aviões. Prezo a velocidade das tartarugas mais que a dos mísseis. Tenho em mim um atraso de nascença. Eu fui aparelhado para gostar de passarinhos. Tenho abundância de ser feliz por isso. Meu quintal é maior do que o mundo. Sou um apanhador de desperdícios: Amo os restos como as boas moscas. Queria que a minha voz tivesse um formato de canto. Porque eu não sou da informática: eu sou da invencionática. Só uso a palavra para compor meus silêncios (Manoel de Barros.) Considerando o papel da arte poética e a leitura do poema de Manoel de Barros, afirma-se que A informática e invencionática são ações que, para o poeta, correlacionam-se: ambas têm o mesmo valor na sua poesia. B arte é criação e, como tal, consegue dar voz às diversas maneiras que o homem encontra para dar sentido à própria vida. C a capacidade do ser humano de criar está condicionada aos processos de modernização tecnológicos. D a invenção poética, para dar sentido ao desperdício, precisou se render às inovações da informática. E as palavras no cotidiano estão desgastadas, por isso à poesia resta o silêncio da não comunicabilidade. 23_Lit_Cad1_2017.docx Pág. 2

5. Leia os textos a seguir e resolva o que se pede. I. "[...] Estás preso à vida como numa jaula. / Estamos todos presos / nesta jaula que Gagárin foi o primeiro a ver / de fora e nos dizer: é azul. / E já o sabíamos tanto / que não te mataste e não vais / te matar / e aguentarás até o fim. / O certo é que nesta jaula há os que têm / e os que não têm / há os que têm tanto que sozinhos poderiam / alimentar a cidade / e os que não têm nem para o almoço de hoje / [...]". (Ferreira Gullar.) II. "Aprendi com meu filho de dez anos / Que a poesia é a descoberta / Das coisas que nunca vi". (Oswald de Andrade). III. "Oh! que saudades que tenho / Da aurora da minha vida, / Da minha infância querida / Que os anos não trazem mais! / Que amor, que sonhos, que flores, / Naquelas tardes fagueiras / À sombra das bananeiras, / Debaixo dos laranjais!". (Casimiro de Abreu.) IV. "Um sarau é o bocado mais delicioso que temos, de telhado abaixo. Em um sarau todo o mundo tem que fazer. O diplomata ajusta, com um copo de champanha na mão, os mais intrincados negócios; todos murmuram e não há quem deixe de ser murmurado. [...]". (Joaquim Manuel de Macedo.) V. "Meu pobre leito! Eu amo-te contudo! / Aqui levei sonhando noites belas; / As longas horas olvidei libando / Ardentes gotas de licor doirado, / Esqueci-as no fumo, na leitura / Das páginas lascivas do romance / Meu leito juvenil, da minha vida / És a página d'oiro. Em teu asilo / Eu sonhome poeta, e sou ditoso, / E a mente errante devaneia em mundo / Que esmalta a fantasia!". (Álvares de Azevedo.) VI. "Não serei o poeta de um mundo caduco. / Também não cantarei o mundo futuro. / Estou preso à vida e olho meus companheiros. / Estão taciturnos, mas nutrem grandes esperanças. / Entre eles, considero a enorme realidade. / O presente é tão grande, não nos afastemos. / Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas. / Não serei o cantor de uma mulher, de uma história, / Não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela. / Não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicídio, / Não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins. / O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes". (Carlos Drummond de Andrade.) Assinale a opção correta a respeito da função da literatura que predomina em cada fragmento apresentado. A I. Arte engajada. II. Conhecimento do mundo e do homem. III. Mecanismo de evasão. IV. Conhecimento do mundo e do homem. V. Catarse. VI. Catarse. B I. Conhecimento do mundo e do homem. II. Arte pela arte. III. Conhecimento do mundo e do homem. IV. Arte pela arte. V. Mecanismo de evasão. VI. Arte engajada. C I. Mecanismo de evasão. II. Arte pela arte. III. Mecanismo de evasão. IV. Arte pela arte. V. Conhecimento do mundo e do homem. VI. Conhecimento do mundo e do homem. D I. Arte engajada. II. Arte pela arte. III. Mecanismo de evasão. IV. Conhecimento do mundo e do homem. V. Mecanismo de evasão. VI. Arte engajada. E I. Arte pela arte. II. Catarse. III. Catarse. IV. Arte engajada. V. Arte engajada. VI. Mecanismo de evasão. II. Intertextualidade Relação existente entre as ideias de dois ou mais textos. Observações: A intertextualidade também pode se manifestar entre duas ou mais obras de arte da mesma natureza (entre textos, entre telas, entre esculturas...) ou de naturezas diversas (entre texto e tela, entre escultura e xilogravura...). A intertextualidade pode existir também no texto não literário. Tipos de intertextualidade: 1. Epígrafe curta citação / transcrição que antecede um texto ou um capítulo ou um livro para resumir o que se vai ler em seguida. Ex.: Canção do exílio Conheces o país onde florescem as laranjeiras? / Ardem na escura fronde os frutos de ouro... Conhecê-lo? Para lá, para lá quisera eu ir!(manuel Bandeira. Tradução dos versos originais de Goethe.) Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá; As aves que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá. Nosso céu tem mais estrelas, Nossas várzeas têm mais flores, Nossos bosques têm mais vida, Nossa vida mais amores. Em cismar, sozinho, à noite, Mais prazer encontro eu lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá.... Noite na taverna Uma noite do século Bebamos!Nem um canto de saudade! Morrem na embriaguez da vida as dores! Que importam sonhos, ilusões desfeitas? (Gonçalves Dias.) Fenecem como as flores! (José Bonifácio.) Silêncio, moços! Acabei com essas cantilenas horríveis! Não vedes que as mulheres dormem ébrias, macilentas como defuntos? Não sentis que o sono da embriaguez pesa negro naquelas pálpebras onde a beleza sigilou os olhares da volúpia? Cala-te Johann! Enquanto as mulheres dormem e Arnold-o-louro cambaleia e adormece murmurando as canções de orgia de Tiech, que música mais bela que o alarido 23_Lit_Cad1_2017.docx Pág. 3

da saturnal? Quando as nuvens correm negras no céu como um bando de corvos errantes, e a lua desmaia como a luz de uma lâmpada sobre a alvura de uma beleza que dorme, que melhor noite que a passada ao reflexo das taças? És um louco, Bertran! Não é a lua que lá vai macilenta: é o relâmpago que passa e ri de escárnio às agonias do povo que morre... aos soluços que seguem as mortualhas da cólera! Oh cólera! E que importa? Não há pôr ora vida bastante nas veias do homem? Não borbulha a febre ainda às ondas do vinho? Não reduz em todo o seu fogo a lâmpada da vida na lanterna do crânio? Vinho! Vinho! Não vês que as taças estão vazias e bebemos o vácuo, como um sonâmbulo? É o fichtismo na embriaguez! Espiritualista, bebe a imaterialidade da embriaguez! Oh! Vazio! Meu copo está vazio! Olá, taverneira, não vês que as garrafas estão esgotadas? Não sabes, desgraçada, que os lábios da garrafa são como os da mulher: só valem beijos enquanto o fogo do vinho ou o fogo do amor os borrifa de lava?... (Álvares de Azevedo.) 2. Paráfrase reescrita de um texto mantendo sua ideia original. Ex.: * Texto base: Canção do exílio, G. Dias. Europa, França e Bahia Meus olhos brasileiros se fecham saudosos. Minha boca procura a "Canção do exílio". Como era mesmo a "Canção do exílio"? Eu tão esquecido minha terra... Ai terra que tem palmeiras onde canta o sabiá! (Carlos Drummond de Andrade.) Canção do exílio facilitada Lá? Ah! Sabiá... Papá... Maná... Sofá... Sinhá... Cá? Bah! (José Paulo Paes.) 3. Paródia reescrita de um texto desconstruindo sua ideia original por meio da crítica, muitas vezes marcada pelo deboche. Ex.: * Texto base: Canção do exílio, G. Dias. Uma canção Minha terra não tem palmeiras... E em vez de um mero sabiá, Cantam aves invisíveis Nas palmeiras que não há. Outra canção do exílio Minha terra tem palmeiras, Corinthians e outros times (Mário Quintana.) De copas exuberantes Que ocultam muitos crimes. As aves que aqui revoam São corvos do nunca mais, A povoar nossa noite Com duros olhos de açoite Que os anos esquecem jamais.... EXERCÍCIOS E QUESTÕES DE VESTIBULAR (Eduardo Alves da Costa.) 1. Leia, atentamente, os textos a seguir e assinale a opção correta. Texto A Assum preto Tudo em vorta é só beleza Sol de abril e a mata em flor Mas assum preto, cego dos óio Num vendo a luz, ai, canta de dor Tarvez por ignorância Ou mardade das pio Furaram os óio do assum preto Pra ele assim, ai, cantar mio Texto B Assum branco Quando ouvi o teu cantar Me lembrei nem sei do quê Me senti tão-só Tão feliz tão-só Só e junto do meu sofrer Bateu asas e voou Para um lugar Onde o teu cantar Foi levando e me levou (Luiz Gonzaga.) (José Miguel Wisnik.) A Ocorre intertextualidade, porque o texto B contém referências explícitas ao texto A. B Não há intertextualidade, porque no texto de Wisnik foi omitida parte da canção de Luiz Gonzaga. C Não há intertextualidade, porque em "Assum branco" não há nenhuma menção ao tema da solidão presente em "Assum preto". D Ocorre intertextualidade, mas apenas quanto aos elementos formais. E Não há intertextualidade, porque "Assum branco" transforma a semântica do texto de Luiz Gonzaga. 2. Ler plenamente um texto literário é, dentre outras coisas, relacioná-lo a outros textos que, juntamente com ele, formam um universo cultural. Os textos abaixo dialogam entre si. Leiaos e, em seguida, assinale a opção correta. 23_Lit_Cad1_2017.docx Pág. 4

Texto 1 Plenilúnio Há tantos olhos nela arroubados, No magnetismo do seu fulgor! Lua dos tristes e enamorados, Golfão de cismas fascinador. Texto 2 Satélite Fim de tarde. No céu plúmbeo A lua baça Paira Muito cosmograficamente Satélite. Desmetaforizada, Desmitificada, Despojada do velho segredo de melancolia, Não é agora o golfão de cismas, Os astros dos loucos e dos enamorados, Mas tão-somente Satélite. (Raimundo Correia.) (Manuel Bandeira.) A Os textos 1 e 2 mantêm relação intertextual apenas porque dão um tratamento denotativo ao tema da lua cheia. B Embora os dois textos dialoguem entre si e façam referência à lua cheia, apenas o texto 2 aborda o tema de forma figurada, o que pode ser comprovado pela expressão "satélite" no título e em outros versos do texto. C Os textos 1 e 2 não mantêm nenhuma relação intertextual entre si. Isso pode ser comprovado pela leitura, em que fica evidente que Bandeira não faz nenhuma referência explícita ao poema de Raimundo Correia. D Ambos os textos dialogam entre si e tematizam a lua cheia. O poema de Raimundo Correia dá um tratamento conotativo ao tema, enquanto o de Manuel Bandeira trata o tema de maneira denotativa. E Os dois textos abordam o mesmo tema, apesar de as alusões à lua, contidas no texto 2, estarem associadas a uma perspectiva conotativa, figurada. Textos para a questão 3. I. Quadrilha João amava Teresa que amava Raimundo Que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili Que não amava ninguém. João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia, Joaquim suicidou-se e Lili casou com J.Pinto Fernandes Que não tinha entrado na história. (Carlos Drummond de Andrade.) II. Espinho na Roseira/ Drumonda (...) Pedro Alcântara do Nascimento Amava Rosa Albuquerque Damião Pedro Alcântara amava Rosa, Mas a Rosa não amava ele não Rosa Albuquerque amava Jorge, Amava Jorge Albuquerque de Jesus E o Benedito, Bendito Jorge, Amava Lina que é casada com João E o João, João sem dente, Amava Carla, Carla da cintura fina E a Carla, linda menina, Amava Antônio Violeiro do Sertão (...) E são essas histórias de amor Que acontecem todo dia sim senhor (CD Karnak, PolyGram.) 3. (Simulado da POLI - 2003) A canção de André Abujamra retoma o poema de Drummond estabelecendo uma relação intertextual. Em relação ao tema, ou seja, ao assunto desses textos, assinale a opção correta. A "Espinho na Roseira" contesta o sentido do texto de Drummond, já que desfaz a ideia do desencontro amoroso, tema de "Quadrilha". B Os doze primeiros versos da canção de Abujamra tratam apenas de encontros amorosos e são contestados pelos dois últimos, que sugerem surpresa em constatar os desencontros do cotidiano. C "Espinho na Roseira" confirma as ideias de "Quadrilha", já que tematiza, principalmente, o desencontro amoroso, tema do poema de Drummond. D A partir da leitura de "Espinho na Roseira", podemos dizer que as "histórias de amor/ que acontecem todo dia sim senhor", de que nos fala Abujamra, são compostas, em sua grande maioria, de encontros amorosos. E André Abujamra transforma o sentido do poema de Drummond na medida em que realça, principalmente, os encontros amorosos homossexuais entre os pares. 4. (Enem 2009) Texto A Canção do exílio Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá; As aves, que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá. Nosso céu tem mais estrelas, Nossas várzeas tem mais flores, Nossos bosques tem mais vida, Nossa vida mais amores. 23_Lit_Cad1_2017.docx Pág. 5

[...] Minha terra tem primores, Que tais não encontro eu cá; Em cismar - sozinho, a noite Mais prazer eu encontro la; Minha terra tem palmeiras Onde canta o Sabiá. Não permita Deus que eu morra, Sem que eu volte para lá; Sem que desfrute os primores Que não encontro por cá; Sem qu'inda aviste as palmeiras Onde canta o Sabiá. Texto B Canto de regresso à Pátria Minha terra tem palmares Onde gorjeia o mar Os passarinhos daqui Não cantam como os de lá Minha terra tem mais rosas E quase tem mais amores Minha terra tem mais ouro Minha terra tem mais terra Ouro terra amor e rosas Eu quero tudo de lá Não permita Deus que eu morra Sem que volte para lá Não permita Deus que eu morra Sem que volte pra São Paulo Sem que eu veja a rua 15 E o progresso de São Paulo. (Gonçalves Dias. Poesia e prosa completas. Rio de Janeiro: Aguilar, 1998.) (Oswald de Andrade. Cadernos de poesia do aluno Oswald. São Paulo: Círculo do Livro. s/d.) Os textos A e B, escritos em contextos históricos e culturais diversos, enfocam o mesmo motivo poético: a paisagem brasileira entrevista a distância. Analisandoos, conclui-se que A o ufanismo, atitude de quem se orgulha excessivamente do país em que nasceu, é o tom de que se revestem os dois textos. B a exaltação da natureza é a principal característica do texto B, que valoriza a paisagem tropical realçada no texto A. C o texto B aborda o tema da nação, como o texto A, mas sem perder a visão crítica da realidade brasileira. D o texto B, em oposição ao texto A, revela distanciamento geográfico do poeta em relação à pátria. E ambos os textos apresentam ironicamente a paisagem brasileira. 5. (ENEM 2003) (Operários, 1933, óleo sobre tela, 150 205 cm, (P122), Acervo Artístico-Cultural dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo) Desiguais na fisionomia, na cor e na raça, o que lhes assegura identidade peculiar, são iguais enquanto frente de trabalho. Num dos cantos, as chaminés das indústrias se alçam verticalmente. No mais, em todo o quadro, rostos colados, um ao lado do outro, em pirâmide que tende a se prolongar infinitamente, como mercadoria que se acumula, pelo quadro afora. (Nádia Gotlib.Tarsila do Amaral, a modernista.) O texto aponta no quadro de Tarsila do Amaral um tema que também se encontra nos versos transcritos em A Pensem nas meninas/ Cegas inexatas/ Pensem nas mulheres/ Rotas alteradas. (Vinícius de Moraes) B Somos muitos severinos/ iguais em tudo e na sina:/ a de abrandar estas pedras/ suando-se muito em cima. (João Cabral de Melo Neto) C O funcionário público não cabe no poema/ com seu salário de fome/ sua vida fechada em arquivos. (Ferreira Gullar) D Não sou nada./ Nunca serei nada./ Não posso querer ser nada./à parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo. (Fernando Pessoa) E Os inocentes do Leblon/ Não viram o navio entrar (...)/ Os inocentes, definitivamente inocentes/ tudo ignoravam,/ mas a areia é quente, e há um óleo suave que eles passam pelas costas, e aquecem. (Carlos Drummond de Andrade) Texto para as questões 6 e 7. Cidade grande Que beleza, Montes Claros. Como cresceu Montes Claros. Quanta indústria em Montes Claros. Montes Claros cresceu tanto, ficou urbe tão notória, prima-rica do Rio de Janeiro, que já tem cinco favelas por enquanto, e mais promete. (Carlos Drummond de Andrade.) 6. (ENEM/2004) Entre os recursos expressivos empregados no texto, destaca-se a A metalinguagem, que consiste em fazer a linguagem referir-se à própria linguagem. B intertextualidade, na qual o texto retoma e reelabora outros textos. 23_Lit_Cad1_2017.docx Pág. 6

C ironia, que consiste em se dizer o contrário do que se pensa, com intenção crítica. D denotação, caracterizada pelo uso das palavras em seu sentido próprio e objetivo. E prosopopeia, que consiste em personificar coisas inanimadas, atribuindo-lhes vida. Canção para uma valsa lenta Minha vida não foi um romance... Nunca tive até hoje um segredo. Se me amas, não digas, que morro De surpresa... de encanto... de medo... 7. (ENEM/2004) No trecho Montes Claros cresceu tanto,/ (...),/ que já tem cinco favelas, a palavra que contribui para estabelecer uma relação de consequência. Dos seguintes versos, todos de Carlos Drummond de Andrade, apresentam esse mesmo tipo de relação A Meu Deus, por que me abandonaste / se sabias que eu não era Deus / se sabias que eu era fraco. B No meio-dia branco de luz uma voz que aprendeu / a ninar nos longes da senzala e nunca se esqueceu / chamava para o café. C Teus ombros suportam o mundo / e ele não pesa mais que a mão de uma criança. D A ausência é um estar em mim. / E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços, / que rio e danço e invento exclamações alegres. E Penetra surdamente no reino das palavras. / Lá estão os poemas que esperam ser escritos. III. Gêneros literários Observação: "Desde as primeiras tentativas de classificação feitas por Platão e Aristóteles, na Grécia antiga, a literatura tem sido organizada por gêneros. De acordo com essa concepção clássica, há três gêneros básicos: o lírico, o épico e o dramático. Ao longo dos séculos, contudo, essa divisão tem sido questionada por alguns escritores e críticos, já que deixou de corresponder à variedade dos gêneros existentes, uma vez que novos gêneros surgiam e antigas formas se renovavam." 1. Lírico texto literário que expressa emoções, ideias, impressões do eu poético / eu lírico. Ex.: Soneto de devoção Essa mulher que se arremessa, fria E lúbrica aos meus braços, e nos seios Me arrebata e me beija e balbucia Versos, votos de amor e nomes feios. Essa mulher, flor de melancolia Que se ri dos meus pálidos receios A única entre todas a quem dei Os carinhos que nunca a outra daria. Essa mulher que a cada amor proclama A miséria e a grandeza de quem ama E guarda a marca dos meus dentes nela. Essa mulher é um mundo! uma cadela Talvez... mas na moldura de uma cama Nunca mulher nenhuma foi tão bela! (Vinícius de Moraes.) Minha vida não foi um romance Minha vida passou por passar Se não amas, não finjas, que vivo Esperando um amor para amar. Minha vida não foi um romance... Pobre vida... passou sem enredo... Glória a ti que me enches a vida De surpresa, de encanto, de medo! Minha vida não foi um romance... Ai de mim... Já se ia acabar! Pobre vida que toda depende De um sorriso... de um gesto... um olhar... (Mário Quintana.) 2. Narrativo texto literário que apresenta uma história. Observação: Até a Idade Média, esse gênero literário era chamado de épico e narrava a história de um herói, de um povo de uma nação. Ex.: Os lusíadas, Camões; Ilíada e Odisséia, Homero; Eneida, Virgílio. a) Elementos da narrativa - personagens (características físicas e psicológicas); lugar ou espaço ou cenário ou paisagem; tempo (cronológico e psicológico); enredo; foco narrativo (1ª pessoa ou 3ª pessoa). b) Tipos de gêneros narrativos modernos (não existiam no tempo de Aristóteles): b.1.romance - visão macroscópica do conflito. Ex.: Dom Casmurro, Machado de Assis. b.2.novela - sucessividade de conflitos. Ex.: Os velhos marinheiros, Jorge Amado. b.3.conto - visão microscópica do conflito. Ex.: Noite na taverna, Álvares de Azevedo. b.4.crônica - comentário (sentimental ou debochado) de um fato. Ex.: Bons dias, Machado de Assis; As cartomantes, Olavo Bilac; A velha contrabandista, Stanislaw Ponte Preta; Crônica engraçada, Luís Fernando Veríssimo. 3. Dramático texto literário escrito para ser representado. Apresenta, geralmente, ausência de narrador, rubrica e destaca a atuação das personagens. Ex.: Antígona, Sófocles; Casa de bonecas, Henrik Ibsen, Morte e vida severina, João Cabral de Melo Neto, Auto da compadecida, Ariano Suassuna. Observação: A representação do texto literário é arte mista: literatura + coreografia + música + iluminação. 23_Lit_Cad1_2017.docx Pág. 7

EXERCÍCIOS E QUESTÕES DE VESTIBULAR 1. (PUC-RS) INSTRUÇÃO: Para responder à questão seguinte, leia o fragmento de Machado de Assis, de 1866, e o poema de Mario Quintana, de 1940, e analise as afirmativas. Texto A A explicação da minha recusa e do desamor com que eu via a minha prima estava no meu gênio solitário e contemplativo. Até aos quinze anos fui tido por idiota; dos quinze aos vinte chamavam-me poeta; e, se as palavras eram diferentes, o sentido que a minha família lhes dava era o mesmo. Era pouco de ser estimado um moço que não comungava nos mesmos passatempos da casa e via correr as horas na leitura e nas digressões pelo mato. Texto B Eu nada entendo da questão social. Eu faço parte dela, simplesmente... E sei apenas do meu próprio mal, Que não é bem o mal de toda a gente, Nem é deste Planeta... Por sinal Que o mundo se lhe mostra indiferente! E o meu Anjo da Guarda, ele somente, É quem lê os meus versos afinal... E enquanto o mundo em torno se esbarronda. Vivo regendo estranhas contradanças No meu vago País de Trebizonda... Entre os Loucos, os Mortos e as Crianças. É lá que eu canto, numa eterna ronda, Nossos comuns desejos e esperanças!... I. O uso da primeira pessoa está de acordo com a temática dos textos, relacionada à afirmação da individualidade. II. Os dois autores expressam uma atitude crítica ante os interesses sociais que anulam os valores humanos. III. Em contextos sociais muito distantes no tempo, os autores expressam, em gêneros diferentes, seu posicionamento. Pela análise das afirmativas, conclui-se que está/estão correta(s) A apenas I. B apenas II. C apenas III. D apenas I e II. E I, II e III. 2. (ENEM 2004- com adaptação) O jivaro Um Sr. Matter, que fez uma viagem de exploração à América do Sul, conta a um jornal sua conversa com um índio jivaro, desses que sabem reduzir a cabeça de um morto até ela ficar bem pequenina. Queria assistir a uma dessas operações, e o índio lhe disse que exatamente ele tinha contas a acertar com um inimigo. O Sr. Matter: - Não, não! Um homem, não. Faça isso com a cabeça de um macaco. E o índio: - Por que um macaco? Ele não me fez nenhum mal! (Rubem Braga) O assunto de uma crônica pode ser uma experiência pessoal do cronista, uma informação obtida por ele ou um caso imaginário. O modo de apresentar o assunto também varia: pode ser uma descrição objetiva, uma exposição argumentativa ou uma narrativa sugestiva. Quanto à finalidade pretendida, pode-se promover uma reflexão, definir um sentimento ou tão-somente provocar o riso. Na crônica "O jivaro", escrita a partir da reportagem de um jornal, Rubem Braga se vale dos seguintes elementos: A Assunto - caso imaginário. Modo de apresentar - descrição objetiva. Finalidade - provocar o riso. B Assunto - informação colhida. Modo de apresentar - narrativa sugestiva. Finalidade - promover reflexão. C Assunto - informação colhida. Modo de apresentar - descrição objetiva. Finalidade - definir um sentimento. D Assunto - experiência pessoal. Modo de apresentar - narrativa sugestiva. Finalidade - provocar o riso. E Assunto - experiência pessoal. Modo de apresentar - exposição argumentativa. Finalidade - promover reflexão. 3. (ENEM 2008) São Paulo vai se recensear. O governo quer saber quantas pessoas governa. A indagação atingirá a fauna e a flora domesticadas. Bois, mulheres e algodoeiros serão reduzidos a números e invertidos em estatísticas. O homem do censo entrará pelos bangalôs, pelas pensões, pelas casas de barro e de cimento armado, pelo sobradinho e pelo apartamento, pelo cortiço e pelo hotel, perguntando: Quantos são aqui? Pergunta triste, de resto. Um homem dirá: Aqui havia mulheres e criancinhas. Agora, felizmente, só há pulgas e ratos. E outro: Amigo, tenho aqui esta mulher, este papagaio, esta sogra e algumas baratas. Tome nota dos seus nomes, se quiser. Querendo levar todos, é favor ( ) E outro: Dois, cidadão, somos dois. Naturalmente o sr. não a vê. Mas ela está aqui, está, está! A sua saudade jamais sairá de meu quarto e de meu peito! (Rubem Braga. Para gostar de ler. v. 3 São Paulo: Ática, 1998, p. 32-3. Fragmento). O fragmento acima, em que há referência a um fato sócio-histórico o recenseamento, apresenta característica marcante do gênero crônica ao A expressar o tema de forma abstrata, evocando imagens e buscando apresentar a ideia de uma coisa por meio de outra. B manter-se fiel aos acontecimentos, retratando os personagens em um só tempo e um só espaço. C contar história centrada na solução de um enigma, construindo os personagens psicologicamente e revelando-os pouco a pouco. D evocar, de maneira satírica, a vida na cidade, visando transmitir ensinamentos práticos do cotidiano, para manter as pessoas informadas. 23_Lit_Cad1_2017.docx Pág. 8

E valer-se de tema do cotidiano como ponto de partida para a construção do texto que recebe tratamento estético. 4. (UFMT) Sobre literatura, gênero e estilos literários, pode-se dizer que A tanto no verso quanto na prosa pode haver poesia. B todo momento histórico apresenta um conjunto de normas que caracteriza suas manifestações culturais, constituindo o estilo da época. C o texto literário é aquele em que predominam a repetição da realidade, a linguagem linear, a unidade de sentido. D no gênero lírico, os elementos do mundo exterior predominam sobre os do mundo interior do eu poético. (Unifesp) Leia o poema de Manuel Bandeira para responder às questões de 5 a 8. Versos de Natal Espelho, amigo verdadeiro, Tu refletes as minhas rugas, Os meus cabelos brancos, Os meus olhos míopes e cansados. Espelho, amigo verdadeiro, Mestre do realismo exato e minucioso, Obrigado, obrigado! Mas se fosses mágico, Penetrarias até ao fundo desse homem triste, Descobririas o menino que sustenta esse homem, O menino que não quer morrer, Que não morrerá senão comigo, O menino que todos os anos na véspera do Natal Pensa ainda em pôr os seus chinelinhos atrás da porta. 5. Para o poeta, o espelho é um amigo verdadeiro porque A Não permite que ele sofra, atrelando-o à realidade em que vive. B Aguça seus sentidos, incentivando-o aos devaneios, como uma criança. C Perpetua a crença de que a imaginação nunca se acaba. D Mostra a realidade, desnudando-lhe as faces da velhice. E Denuncia o estado decrépito em que está, mas cria-lhe a fantasia da felicidade. 6. No poema, a metáfora do espelho é um caminho para a reflexão sobre A a velhice do poeta, revelada por seu mundo interior, triste e apático. B a magia do Natal e as expectativas do presente, maiores ainda na velhice. C o encanto do Natal, vivido pelo homemmenino que a tudo assiste sem emoção. D a alegria que ronda o poeta, fruto dos sonhos e da esperança contidos no homem e ausentes no menino. E As limitações impostas pelo mundo externo ao homem e os anseios e sonhos vivos no menino. 7. O fato de o poeta reconhecer em si a existência do menino indica que A há toda uma fragilidade envolvendo-o, já que se sente um homem triste, ao qual não cabe mais nada senão esperar a morte. B tem consciência de uma força para viver, pois o menino se define como sua base e lhe permite romper com a realidade que o circunda. C se ajusta placidamente à velhice presente, a qual o amigo espelho insiste em mostrar-lhe de forma degradante e revestida de tristeza. D vive como uma criança, sempre alegre e sonhador, totalmente alheio ao mundo real de que faz parte. E contesta o mundo em que vive, idealizado e opressor, que reflete os seus cabelos brancos e a tristeza que sente. 8. No poema, o poeta contesta o senso comum, isto é, a ideia de que A as pessoas, na velhice, esperam pelos presentes de Natal. Para ele, os presentes são direitos apenas das crianças. B os idosos sabem reconhecer a força exercida neles pelo tempo. Para ele, essas pessoas deixam a realidade e vivem num mundo distante e cheio de fantasias. C o menino morre com a chegada da vida adulta. Para ele, o menino está atrelado ao homem até o fim, portanto, vivo por toda a vida. D a chegada da velhice faz com que as pessoas voltem a ser crianças. Para ele, os idosos são perspicazes e enxergam a realidade de forma crítica e consciente. E o Natal é uma época de alegria e de união entre as pessoas. Para ele, a ocasião vale pelos presentes e não pelos sonhos e sentimentos. 9. Os gêneros literários constituem modelos aos quais se deve submeter a criação artística. Deles NÃO se deve considerar como verdadeiro qual opção? A Segundo concepção clássica, são três os gêneros literários. B Embora a obra literária possa encerrar emoções diversas, podendo haver intersecção de elementos líricos, narrativos e dramáticos, há sempre a prevalência de uma destas modalidades. C A criação poética, de caráter lírico, privilegiará os diálogos dos personagens. 23_Lit_Cad1_2017.docx Pág. 9

D Novelas, crônicas, romances e contos são espécies literárias de caráter narrativo. E O discurso literário é considerado dramático quando permite, em princípio, ser representado. GABARITO I. Funções da literatura 1. (C) 2. (C) 3. (B) 4. (B) 5. (D) II. Intertextualidade 1. (A) 2. (D) 3. (C) 4. (C) 5. (B) 6. (C) 7. (D) III. Gêneros literários 1. (E) 2. (B) 3. (E) 4. (A) 5. (D) 6. (E) 7. (B) 8. (C) 9. (C) Bibliografia CEREJA, William Roberto e MAGALHÃES, Thereza Cochar. Literatura Brasileira. 2.ed. reform. S.P., Atual. 2000. GRIFFI, Beth. Português: Literatura, Gramática e Redação: 2º grau. 1ª ed., S.P. Moderna, vol. 3, 1991. MAIA, João Domingues. Língua, Literatura e Redação. S. P., Ática, vol. 1, 1989. 23_Lit_Cad1_2017.docx Pág. 10