Por que a vagina fica ardendo

Jairo Bouer levanta algumas possibilidades sobre o que pode ser esse incômodo

Redação Publicado em 31/01/2022, às 12h00

“Há cinco dias minha namorada reclama que a vagina está ardendo muito e a gente não consegue nem ter relação por causa disso. O que pode ser?”

Jairo Bouer explica que, para ter certeza do que pode estar acontecendo com a namorada do seguidor, ela deve procurar um ginecologista. No entanto, algumas hipóteses do que pode ser essa ardência são:

  • Infecção vaginal, que torna o revestimento da vagina mais sensível, o que provoca dor e desconforto no momento da relação sexual;
  • Em uma das transas, a menina pode ter se machucado um pouco e esse processo de cicatrização também pode provocar dor e desconforto;
  • Se ela estiver tensa ou ansiosa, pode impactar na lubrificação e dilatação da vagina, o que também provoca um desconforto durante o sexo.

Mas, para ter certeza, o recomendado é procurar um ginecologista.

Ouça a resposta completa:

A saúde vaginal deve estar no topo da nossa listinha de prioridades. Isto porque, para mantê-la sempre em dia, dependemos de seguir corretamente os cuidados durante a rotina. Entre fazer a higiene íntima e escolher a calcinha adequada, alguns deslizes podem acontecer na correria. A ardência na vagina, por exemplo, é um quadro que pode ser resultado de algum descuido. Para dar um fim ao incômodo e seguir o tratamento ideal, o Só Delas questionou o ginecologista Dr. Rogério Leão sobre o assunto.

O que pode provocar a ardência na vagina?

De acordo com o médico, a ardência está, muitas vezes, associada a coceira vaginal ou vulvar. As causas do quadro são diversas, podendo ser desde infecção, alergia, lesão por atrito até alterações hormonais. “Entre as infecções, a mais comum é a candidíase, causada por um fungo chamado Cândida”, explica ele. Nesses casos, é comum a paciente apresentar coceira e corrimento espesso, como um leite talhado.

“Outra infecção comum que provoca ardência intensa na vagina e na vulva é herpes genital”, cita Dr. Rogério. Devido à contração do vírus, podem aparecer as pequenas bolhinhas dolorosas que, se rompem, também ardem. E ainda, infecções como gonorréia e triconomoníase podem ter a ardência como um sintoma, junto ao corrimento vaginal.

A sensação de ardência na vagina pode ser infecção urinária

Assim como orienta o profissional, o importante é procurar logo um ginecologista para definir qual é o problema e como tratá-lo. “Além dos problemas citados, alterações em outros órgãos podem confundir com ardência na vagina, é o caso de infecções urinárias”, ressalta o especialista. O quadro é caracterizado pela ardência ao urinar e também a vontade frequente de ir ao banheiro, mesmo que a bexiga não esteja cheia. Outra possibilidade é a infecção intestinal, que pode causar coceira na região anal e vaginal.

Veja como tratar a ardência vaginal

Como foi comentado acima, o problema de ardência pode ser causado por diferentes problemas. Dessa maneira, o tratamento vai depender do real provocador do incômodo. “ Se for infecção, medicamentos (orais ou creme) devem ser usados de acordo com cada caso (antivirais, antibióticos ou antifúngicos)”, indica ele. Já para as alergias, é importante descobrir qual item está provocando e evitar o contato. Para os desequilíbrios hormonais, os medicamentos ideais são os mais indicados, via oral ou creme local. A dica para ficar longe da ardência, assim como comentou o médico, é manter a higiene íntima adequada e ter as consultas regulares ao ginecologista.

Este artigo tem a contribuição do especialista: Dr. Rogério Leão - Ginecologista e Obstetra do IPGO (Inst. Paulista de Ginecologia e Obstetrícia) e Médico Assistente na área de Ginecologia do Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (CAISM/ UNICAMP)

CRM: 104.152


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    Queixa frequente nos consultórios médicos, a ardência vaginal não combina com sexo. Mas acontece com frequência e pode até impedir mulheres de A seguir, listamos alguns problemas que podem causar esta incômoda sensação.

    Candidíase e outras infecções

    Infecção é um dos principais motivos que levam à ardência vaginal. Entre elas, a mais comum é a candidíase (causada pelo fungo do tipo Candida). Além da ardência, gera coceira, vermelhidão, aumento da frequência urinária e até inchaço local. Há mais infecções que podem provocar ardência, como vaginose bacteriana (originada com a bactéria Gardnerella, que desequilibra a flora intestinal) e a tricomoníase (consequência da ação do Trichomonas), entre outras.

    ● Como evitar: não deixar a região genital úmida, manter a imunidade corporal, usar calcinhas feitas com tecidos que facilitem a transpiração (algodão, por exemplo), evitar duchas vaginais e manter boa higiene.

    Ressecamento vaginal

    A diminuição ou ausência do hormônio feminino estrogênio - como ocorre, respectivamente, no pós-parto e menopausa, por exemplo - resulta na atrofia das células vaginais, que passam a não funcionar adequadamente e reduzem a lubrificação vaginal. Essa atrofia vulvar e vaginal também pode causar irritação e coceira.
    ● Como evitar: tratar o problema que esteja causando a alteração hormonal, reposição local de estrogênio (quando indicado).

    Uso prolongado de absorvente

    Utilizar absorvente externo exageradamente, por muito tempo seguido, dificulta a transpiração da região vaginal. Combinado ao suor em excesso e consequente umidade, além de roupas apertadas, leva à irritação local e assadura, provocando a ardência.

    ● Como evitar: não usar absorvente externo diariamente, manter a região genital sempre seca, preferir lingerie com tecido de fácil transpiração (como algodão), não adotar roupas apertadas e manter boa higiene local.

    Doenças de pele

    Problemas dermatológicos também podem afetar a pele da vulva e mucosa vaginal. Com isso, é possível ocorrerem ferimentos e ardência. Líquen plano, líquen simples, pênfigo e eritema multiforme são algumas dessas doenças.

    ● Como evitar: com exceção das dermatites de contato (evitando-se substâncias que provoquem a reação), não há prevenir.

    Atrito no ato sexual

    Quando há uma diminuição da lubrificação vaginal, ocorrem atritos durante o contato íntimo, provocando pequenas lacerações e assaduras. A ardência acontece por irritação da mucosa vaginal.

    ● Como evitar: preservar-se de relações sexuais se não estiver com boa lubrificação ou usar produto apropriado que ajude a minimizar o quadro.

    Xixi vazando

    A perda urinária e consequente contato com o líquido acumulado na calcinha ou absorvente pode gerar dermatite amoniacal (também é bem comum em crianças de fralda). Isso leva à inflamação da pele no local e ardência.

    ● Como evitar: usar calcinhas feitas com tecido de fácil transpiração como algodão, evitar roupa apertada e fazer sempre uma boa higiene local.

    Alergia ao sêmen e camisinha

    Se a ardência vem depois do ato sexual, pode muito bem ser alergia ao sêmen, preservativo ou algum produto cosmético usado durante a transa.

    ● Como evitar: não há muito como prever, pois somente a avaliação médica pode fechar o diagnóstico. Até a consulta com o profissional, para aliviar o sintoma, pode-se fazer banho de assento com água morna e bicarbonato ou com chá de camomila ou, ainda, de malva, durante aproximadamente 10 minutos.

    Fontes: Alexandre Pupo Nogueira, ginecologista membro do corpo clínico do Hospital Sírio Libanês; Ana Carolina Lucio Pereira, ginecologista e obstetra da Clínica Fada; Camila Prestes, ginecologista; Karina Tafner, ginecologista e obstetra, especialista em endocrinologia ginecológica e reprodução humana pela Santa Casa; Isabel Cristina Pereira da Cunha, ginecologista da Clinipam