Descreva como está sendo atualmente a postura do governo chinês em relação a essa política

A China possui, atualmente, a maior população do planeta, com mais de 1,3 bilhões de pessoas. Isso significa dizer que, em termos proporcionais, a cada 7 pessoas no planeta, uma é chinesa, o que representa, para o governo, um problema histórico relacionado com o excesso de pessoas. Diante desse cenário, uma questão estabelece-se: como conter um crescimento ainda mais elevado da população no país?

A política do filho único

Em virtude dessa preocupação, o governo adotou um severo controle demográfico na China a partir dos anos 1970 chamado de política do filho único. Segundo essa lei, cada casal poderia ter apenas um filho, de modo que a geração de um segundo filho poderia acarretar severas punições por parte do Estado, incluindo o pagamento de multa.

Estima-se que esse controle da população chinesa tenha sido responsável por evitar um aumento de 400 milhões de pessoas no país ao longo dos últimos 25 anos. Todavia, esse modelo sofreu pesadas críticas no âmbito internacional. A principal delas envolve um conjunto de acusações contra o governo chinês, que estaria violando os direitos humanos ao suprimir, à força, o segundo filho dos casais por meio de infanticídios, abortos e esterilizações forçadas. Um documentário gravado pela BBC de Londres – chamado de China, os quartos da morte – também apresenta um quadro de denúncia com fortes imagens supostamente gravadas em orfanatos chineses onde bebês do sexo feminino eram abandonados e mortos.

Existem, no entanto, algumas exceções aplicadas à política do filho único na China. Na zona rural, por exemplo, é muitas vezes permitido o segundo filho de um casal, sobretudo quando o primeiro é uma mulher. Isso porque o país considera que o campo, acima de tudo, precisa suprir com sua força de trabalho as necessidades alimentares de toda a população do país. Algumas etnias específicas, como os tibetanos, também possuem exceções à política do filho único do país.

A queda do crescimento demográfico e o envelhecimento populacional

O crescimento demográfico chinês vem diminuindo consideravelmente. Tanto é que a Índia, segundo país mais populoso do mundo, com mais de um bilhão de pessoas, deverá ultrapassar a China em termos populacionais nas próximas décadas, a não ser que esse país também adote severas leis de controle populacional.

Por outro lado, o governo chinês vem encontrando problemas demográficos resultantes da desaceleração do crescimento vegetativo do país. O primeiro deles é a bomba demográfica do envelhecimento, que resultaria do aumento da proporção do número de idosos, o que acarreta sérios desequilíbrios previdenciários. Esse problema, atualmente vivido na Europa e no Japão, seria mais duramente sentido na China, que ainda se encontra em nível de subdesenvolvimento, com muitos problemas sociais.

Por essa razão, o governo, nos últimos anos, vem flexibilizando a política do filho único para conter o problema do envelhecimento populacional na China. Afinal, estima-se que a proporção de trabalhadores e aposentados caia de 5 por 1 para 2 por 1 até o ano de 2030 caso nenhuma medida seja tomada. Além dos problemas com a previdência social, o país também deve sofrer com a queda da mão de obra (um dos principais atrativos atuais do país para os investimentos estrangeiros) e a consequente queda do consumo, trazendo a perspectiva de desaceleração do crescimento do PIB (Produto Interno Bruto).

Apesar desse cenário, as mudanças atuais ainda são tímidas, com a permissão de um segundo filho para os casais que assim o desejam. Além do mais, muitos analistas demográficos vêm apontando que as próprias famílias chinesas (sobretudo as que possuem melhores condições de vida) estão recusando-se a ter esse segundo filho. Caso isso continue, o governo chinês, contraditoriamente, deverá incentivar o crescimento demográfico a fim de evitar que sua população envelheça demasiadamente nas próximas décadas.


Por Me. Rodolfo Alves Pena

O governo chinês anunciou hoje (31) que vai ampliar os limites da natalidade, passando a permitir três filhos por casal. A medida tem como objetivo combater o rápido envelhecimento da população, após os resultados dos últimos censos terem demonstrado um declínio dramático na taxa de natalidade no país mais populoso do mundo.

Ao fim de mais de 30 anos em vigor, a China aboliu, em 2016, a política do filho único. Os casais chineses passaram a ser autorizados a ter dois filhos, mas essa nova medida não conseguiu levar a um aumento sustentado da natalidade no país devido ao alto custo de vida nas cidades chinesas.

Segundo os resultados dos últimos censos, publicados em 11 de maio, a população chinesa cresceu ao ritmo mais lento das últimas décadas. Em média, houve um crescimento anual de 0,53% ao longo dos últimos dez anos, abaixo dos 0,57% registrados entre os anos 2000 e 2010. Os censos preveem que a população chinesa pode começar a cair já a partir do próximo ano.

Por esse motivo, o presidente chinês, Xi Jinping, anunciou “medidas para responder ao envelhecimento da população”, principalmente a ampliação dos limites da natalidade para três filhos por casal.

Segundo anunciou a Xinhua, a agência de notícias oficial chinesa, a mudança de política será acompanhada por “medidas de apoio, que irão melhorar a estrutura populacional do país, cumprindo a estratégia de lidar ativamente com o envelhecimento da população e manter a vantagem na dotação de recursos humanos”.

O governo chinês também concordou com o fato de a China precisar aumentar a idade de reforma para manter mais pessoas no mercado de trabalho e melhorar as pensões e os serviços de saúde.

Segundo os últimos recenseamentos, a população em idade reprodutiva diminui a um ritmo acelerado, enquanto a faixa etária dos 65 anos aumenta exponencialmente. Alguns investigadores chineses calculam que o número de pessoas em idade reprodutiva caia para a metade em 2050. Isso aumentaria a “taxa de dependência”, ou seja, o número dos que dependem de cada um trabalhar para gerar receita a fim de pagar as pensões, os impostos de saúde e outros serviços públicos.

Impacto da nova política

Alguns especialistas permanecem céticos em relação à nova medida, lembrando que a abolição da política de filho único teve pouco impacto no aumento da natalidade. Segundo os censos, o número de nascimentos caiu de 18 milhões em 2016 para 12 milhões em 2020.

Os casais explicam que são desencorajados a ter mais filhos pelo alto custo de vida, pela interferência nos seus empregos e pela necessidade de cuidarem dos pais idosos.

“Se o relaxamento das políticas de natalidade fosse eficaz, a atual política de dois filhos por casal deveria ter provado a sua eficácia”, disse o economista Hao Zhou à agência Reuters.

"As pessoas são desencorajadas não pelo limite de dois filhos, mas pelos custos incrivelmente altos de criar filhos na China. Habitação, atividades extracurriculares, comida, viagens e tudo o mais contribui para esse custo", explica Yifei Li, sociólogo da NYU Xangai.

“Quem quer ter três filhos? Os jovens podem ter dois filhos no máximo. A questão fundamental é que o custo de vida é muito alto”, reitera Hao Zhou.

O número médio de filhos por casal caiu de mais de seis, na década de 60, para menos de três em 1980. Em 2020, o número médio de filhos por cada mulher chinesa era de 1,3.

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A política do filho único é uma politica implantada pelo governo Chinês na década de 70 e tem como finalidade tentar conter o avanço populacional. Isso se deve ao fato do mesmo país se encontrar atualmente com mais de um bilhão e trezentos milhões de habitantes.

Descreva como está sendo atualmente a postura do governo chinês em relação a essa política
Na tal Lei, fica extremamente proibido a qualquer casal, ter mais de um filho. Se isso for desrespeitado, o estado Chinês se incumbe de aplicar severas multas ao casal. Essa imposição tem como objetivo tentar frear o crescimento populacional que lá se encontra e facilitar o acesso da população a um sistema de saúde e educação de qualidade, o que fica difícil de se concretizar quando se tem uma mega população que está em ativa ascendência quantitativa.

Segunda certas informações, essa politica do filho único conseguiu evitar que a população da China chegasse a crescer cerca de 400 milhões nos últimos 25 anos. E aqueles que nasceram estando contidos à lei, que hoje são em torno de 80 milhões de filhos únicos, recebem o apelido carinhoso de “pequenos imperadores”.

Mas como toda lei, assim como toda regra, há sua exceção. E é justamente ela que causa muitas criticas atualmente na China. Por exemplo, existem várias famílias no meio rural, que pode ter o segundo filho, principalmente se a primeira filha for mulher. Isso se deve ao fato que se tratando de uma mega população, é necessário também suprimentos agrícolas para o consumo da mesma. O governo parte do principio que quanto mais pessoas estiverem trabalhando no campo para produzir tais suprimentos e abastecer toda essa grande população, melhor. Por isso essa exceção, tendo mais filhos, é mais gente trabalhando no campo e produzindo mais.

Outras criticas severas a essa lei, deve-se a que quanto mais segue-se a risca essa lei, mais abortos são gerados, principalmente do sexo feminino. A China já tem uma existente cultura enraizada de um casal, ao programar um filho ou querer constituir uma família, tem uma certa preferencia em ser um filho homem (no homem é concentrado a responsabilidade de manter os pais quando idosos, de possibilitar-lhes um enterro solene, somente o filho homem é o herdeiro do bens da família, etc). Com isso, se o casal tiver um filho do sexo feminino passa por um problema gravíssimo ético e cultural, pois tendo uma filha mulher, não poderá ter um outro filho (um homem, assim como a cultura manda). Dessa forma a (triste) realidade é normalmente o abandono do bebê ou até mesmo a morte da recém-nascida.

Fontes: http://geoprofessora.blogspot.com/2008/07/china-e-poltica-do-filho-nico.html http://pt.wikipedia.org/wiki/Pol%C3%ADtica_do_filho_%C3%BAnico

http://english.peopledaily.com.cn/200607/31/archive.html