Passos essenciais para quem está decidido a fazer as pazes com a vida — e descobrir como parar de sofrer. Show
Como parar de sofrer por amor? Como impedir que o sofrimento assuma o controle da mente depois de uma grande decepção? O que fazer para bloquear os pensamentos negativos — que insistem em acompanhar os dias que antecedem um evento, uma decisão ou a obtenção de uma resposta importante? Se você se permite uma vida rica em experiências, certamente, já enfrentou dilemas como esses. Afinal, é inevitável que — vez ou outra — sejamos invadidos por sentimentos de frustração, mágoa, angústia… São emoções saudáveis, acredite. O problema seria você não conhecer o significado de sofrimento. Aí, sim, deveria se preocupar. Isso, provavelmente, indicaria que você não se arrisca. Não tenta coisas novas. Não se relaciona com outras pessoas. E nem consigo próprio. Portanto, nada de olhar para o sofrimento como um erro. Ele é apenas o resultado de um conflito entre o que imaginamos e as partes da realidade que não podemos controlar. E, como nunca seremos os mestres absolutos da realidade — nem temos o poder de prever o futuro — sofrer faz parte da programação. Porém, ainda que não possamos evitar a dor emocional, é sempre possível deixá-la ir embora. Isso não significa que eu pretenda, neste texto, te ensinar como parar de sofrer em 5 minutos. Mas quero te mostrar um modo de lidar com o sofrimento que, aos poucos, vai te ajudar a diminuí-lo…
Lição número 1: Admita a realidadePode parecer um conselho um tanto quanto óbvio. Mas, se você já teve uma desilusão amorosa ou viveu uma grande perda, sabe que essa etapa é a mais difícil de realizar. Sim, é normal passar um tempo lutando contra as evidências de que nossas expectativas foram frustradas. Também é normal tentar encontrar uma maneira de negar ou apagar o que aconteceu. Afinal, o sofrimento é uma quebra em nosso estado de conforto. E não queremos sair do lugar onde nos sentimos seguros! Porém, a recusa da queda nos mantém cegos. Prisioneiros de um capítulo que encerrou. Não tem jeito. Para se libertar do sofrimento, é preciso, primeiro, erguer os olhos e encarar a dor. Conteúdo relacionado: O que é aceitação? Um sinal de fraqueza ou uma atitude libertadora? Lição número 2: Não se cobre rápida recuperação
Você tem o direito de se sentir fragilizado. Pode — e deve — chorar. Pode optar por passar um tempo sozinho. E, talvez, deva reconhecer que precisa de ajuda para superar o sofrimento. Nenhuma dessas ações indica derrota. Ao contrário. Mostram que você está digerindo a tristeza. Mostram que você está consciente do obstáculo e quer enfrentá-lo. Só ainda não sabe como. O tempo de incerteza, de reformulação, de novas decisões, é um estágio necessário. Fingir que está bem e sufocar as emoções causa o mesmo dano que ignorar um corte profundo. A tendência é que a ferida infeccione. E traga consequências de longo prazo. Conteúdo relacionado: Por que não devemos segurar as lágrimas? Lição número 3: Ocupe sua menteAo tentar descobrir meios de parar de sofrer, é fácil cair na armadilha de alimentar pensamentos intrusivos de culpa. De repente, você se pega pensando sobre o que poderia ter feito diferente. Sobre o que deveria ter percebido antes. Esses olhares para o passado, repletos de recriminação, são uma receita certa para depressão. Não permita que eles fiquem martelando em sua cabeça, como se deles pudesse surgir uma solução viável. Assuma o propósito de se distrair. Resolva dar à sua mente um descanso. Escolha se conectar com as possibilidades do presente. Isso não é fuga. É fôlego. Lição número 4: Aprenda alguma coisa com o sofrimento
O que te faz sofrer é algo que você, realmente, tem o poder de mudar? É resultado de um mau hábito seu? Ou de uma forma de levar a vida que está te atrapalhando? Então, não se encolha no lugar de vítima. Nem se proteja da necessidade de amadurecer. Se é possível encontrar no tropeço um convite à reflexão, não se prive disso! Mas, por favor, não confunda aprendizado com autopunição. Suas escolhas e experiências negativas foram consequências do que você acreditava ser o correto. Não se condene por essas percepções. Apenas as questione e busque novas atitudes, para evitar que os mesmos erros se repitam. Conteúdo relacionado: Autocompaixão: a arte de ficar em paz consigo mesmo Lição número 5: Dissolva o significadoMorty Lefkoe, em sua palestra no TEDx em Hoboken, propõe um excelente exercício:
Por que esse conselho é útil? Porque a dor emocional é resultado direto do sentido que atribuímos às coisas ruins que nos acontecem. É difícil, por exemplo, entender como parar de sofrer por alguém enquanto vemos o fim de relacionamento como um atestado de fracasso. Faça um teste agora. Pense no motivo de seu sofrimento. Tente separá-lo do que ele “parece” sugerir que há de errado com você. Quando você separa o evento daquilo que pensa sobre ele — daquilo que decidiu que ele significa — você percebe que o que dói é sua interpretação. E não o fato. Lição número 6: Cuide-se bemCuide-se, exatamente, como faria se estivesse com uma dor física. Por exemplo, quando você está resfriado. Para se recuperar, você procura dormir bem. Bebe bastante água. Capricha na escolha das refeições. Com a dor emocional, o processo é idêntico. Você deve buscar práticas que privilegiem seu bem-estar. Leitura sugerida: Dia da Saúde Mental: tenha sua própria experiência “Embora o mundo esteja cheio de sofrimento, também está cheio de superação.” — Helen Keller
Passar por momentos de profundo estresse emocional pode gerar traumas que, não resolvidos, acabam repercutindo — indefinidamente — em seu comportamento e sensação de bem-estar. Reconhecer a influência de memórias do passado é um passo importante. A partir dessa percepção, você pode decidir por atitudes conscientes que afastem padrões de pensamentos que mantêm o sofrimento presente. A terapia é um recurso extremamente útil no processo de desapego e superação de eventos passados. O que aprendemos com o sofrimento?O processo de superação de um sofrimento emocional pode nos incentivar a:
Nada disso significa “romantizar” o sofrimento. Porém, quando nossas expectativas entram em choque com a realidade, é natural que a dor aconteça. Não podemos evitar as frustrações. Mas podemos decidir o modo de lidar com elas. Conteúdo relacionado: Resiliência: táticas para ser mais resiliente a partir de agora Todas as recomendações listadas neste post são igualmente válidas para aqueles que precisam descobrir como parar de sofrer por antecipação! Afinal, as causas do sofrimento não se restringem a uma relação problemática com o passado. Às vezes, a origem da dor pode estar numa exagerada ansiedade quanto ao futuro — que insiste em fazer, do presente, uma agonia paralisante. Reflita sobre isso. Perceba quais são os seus entraves. Depois, se desejar, fale sobre suas experiências, dificuldades ou dúvidas no campo dos comentários. |