Por que o conjunto de acontecimentos europeus em 1848 ficou conhecido como Primavera dos Povos

A Primavera dos Povos foi um momento de revolução da população contra os abusos da monarquia. Após a publicação do Manifesto Comunista, os ideais socialistas inflaram o povo a lutar por melhores condições. Embora tenha sido dissipado, o movimento trouxe mudanças importantes na história.

Porque o conjunto de acontecimentos europeus em 1848 ficou conhecido como Primavera dos Povos?

Dá-se o nome de Revoluções de 1848 ou Primavera dos povos à série de revoluções na Europa Central e Oriental que eclodiram em função de regimes governamentais autocráticos, de crises econômicas, do aumento da condição financeira e da falta de representação política das classes médias e do nacionalismo despertado nas ...

Por que a primavera dos povos pode ser considerada um fracasso?

Um pouco antes que tais levantes acontecessem, entre os anos de 18, uma seqüência de péssimas colheitas provocou uma crise econômica responsável pela elevação súbita do preço dos alimentos. Concomitantemente, a queda no consumo dos produtos industrializados motivou a demissão de operários nos centros urbanos.

Quais foram as causas dos levantes de 1848?

A Revolução de 1848 No ano de 1830, os franceses extinguiram os anseios da restauração monárquica ao expulsarem a dinastia Bourbon do poder. ... Contudo, a insensibilidade do governo acabou sendo estopim para que um grande movimento popular se formasse em fevereiro de 1848.

Foi a Primavera Árabe?

Primavera Árabe (em árabe: الربيع العربي , transliterado - ar-rabīˁ al-ˁarabī), como é conhecida mundialmente, foi uma onda revolucionária de manifestações e protestos que ocorreram no Oriente Médio e no Norte da África a partir de 18 de dezembro de 2010.

Que grupo social liderou a revolução Farroupilha?

Durou 10 anos e foi liderada pela classe dominante gaúcha, formada por fazendeiros de gado, que usaram as camadas pobres da população como massa de apoio no processo de luta.

Será que a Primavera dos povos foi uma revolução mundial?

  • A Primavera dos Povos Segundo o historiador Eric Hobsbawm, a Primavera dos Povos foi a primeira revolução potencialmente global, tornando-se um paradigma de "revolução mundial" que alimentou rebeldes de várias gerações.

Por que o ano de 1848 marcou o continente europeu?

  • O ano de 1848 marcou o continente europeu com movimentos revolucionários que, a partir de Paris, tiveram rápida propagação nos grandes centros urbanos. A consolidação do poder O ano de 1848 marcou o continente europeu com movimentos revolucionários que, a par...

Qual foi a Revolução de 1848?

  • Assim, a revolução de 1848 foi o movimento que posicionou definitivamente burguesia e proletariado em campos opostos, o que marcaria profundamente os embates políticos vindouros. Embora tenham fracassado, as revoluções alemãs e italianas de 1848 prepararam o terreno para a unificação desses países, que foi realizada entre 18.

Como foi o movimento de 1848 na Itália?

  • Na Itália, o movimento de 1848 teve caráter liberal e manifestadamente nacionalista, numa região extremamente fragmentada, dominada por governos absolutistas e em certa medida mantida sob a tutela da Áustria. Assim, o movimento tomou feições de reivindicações independentistas e de unificação, processo que se alongou até 1870.

A Primavera dos Povos foi uma série de conflitos ocorridos em alguns países da Europa, em 1848. De cunho liberal, nacional e socialista, a também chamada Revolução de 1848 teve início na França.

Contexto Histórico

Com o fim da Era Napoleônica, as monarquias europeias se reuniram no Congresso de Viena a fim de assegurar ou preservar a monarquia dos ideais liberais da Revolução Francesa. Nesta ocasião é formada a Santa Aliança, que consistia num acordo entre países, inclusive militar, para proteção do governo monarca absolutista.

A crise econômica suscitadas pelas más condições de vida em consequência das colheitas precárias, do aumento dos preços e fechamento de fábricas levou trabalhadores e camponeses à revolta. Em 1848 Karl Max e Fredrich Engels lançaram o Manifesto Comunista, o que desperta a população para um ideal socialista que fundamenta a sua luta. Burgueses e nobres também se juntaram ao movimento; almejavam a democracia.

Assim, por toda a Europa, se espalha os ideais fundamentados em grande parte pelos ideais liberais, visto que o socialismo estava sendo iniciado.

Para saber mais leia também os artigos: Revolução Francesa e Karl Max.

Consequências dos Conflitos

Os conflitos não se revelaram tão satisfatórios quanto o desejado.

A Alemanha, por exemplo, ganhou uma nova constituição, a qual todavia, foi rejeitada pelo rei. Na Áustria, o imperador abdicou, mas o império voltou anos depois. Na França, o rei Luís Filipe abdicou e foi proclamada a República. A Hungria lutou pela independência da Áustria, mas não teve sucesso. A Itália, por sua vez, lutou pela unificação do país, o que foi obtido somente anos mais tarde.

Também fora da Europa os ideais se propagaram. No Brasil, a Revolução Praieira, ocorrida em Pernambuco entre 1848 e 1950 e que terminou com a derrota dos revoltosos, é um reflexo do movimento que ocorreu na Europa.

Para saber mais leia também o artigo: Revolução Praieira.

Eric Hobsbawn

O historiador marxista Eric Hobsbawn, falecido em 2012 e um dos mais conhecidos historiadores contemporâneos, escreveu o livro chamado “A era do capital”, obra que trata da Primavera dos povos.

Primavera Árabe

Em 2010 teve início a Primavera Árabe. Trata-se de um movimento nos países da arábia, iniciado na Tunísia e que ocorre até os nossos dias. O movimento caracteriza a luta pela democracia e por melhores condições de vida decorrentes da crise, desemprego e falta de liberdade.

A Primavera dos Povos foi um conjunto de acontecimentos que marcaram a Europa no ano de 1848. Influenciados pelos ideais marxista, liberal e nacionalista, esses eventos foram marcados por conflitos entre classes (proletários x burgueses) e de combate pela unificação da Itália e da Alemanha.

Na primeira metade do século XIX, a Europa vivia um período conturbado por meio da restauração das monarquias depostas durante a Era Napoleônica e por meio da Segunda Revolução Industrial, que avançou pelo continente europeu, ampliando os lucros da burguesia e empobrecendo os trabalhadores. As ideias marxistas engajaram os trabalhadores a irem contra os governantes que seriam aliados da burguesia, em favor de um mundo menos desigual socialmente.

Leia também: O que é proletariado?

Resumo sobre Primavera dos Povos

  • Foi uma série de conflitos na Europa em 1848 e que foram influenciados pelos ideais marxista, liberal e nacionalista.

  • A restauração da monarquia após o fim da Era Napoleônica bem como a desigualdade social promovida pela expansão da indústria provocaram uma série de rebeliões na Europa.

  • As unificações da Alemanha e da Itália foram influenciadas pela Primavera dos Povos.

Videoaula sobre a Primavera dos Povos

A derrota de Napoleão Bonaparte em 1815 representou não somente o fim da expansão francesa pelo continente europeu, mas também a restauração das monarquias que haviam sido derrotadas pelo exército napoleônico. O Congresso de Viena reuniu esses monarcas, que voltaram ao poder para discutir o desenho do mapa europeu depois da Revolução Francesa e da Era Napoleônica.

Enquanto as monarquias restauravam seus domínios, os ideais revolucionários, contrários à ordem que estava sendo instalada na Europa, ganharam força e se espalharam por todo o continente. Desde o iluminismo, no século XVIII, as ideias liberais já eram discutidas.

A formação de um governo democrático e constitucional bem como a liberdade dos indivíduos e a não intervenção do Estado na economia, principais princípios do liberalismo, já eram ideias que povoavam as mentes dos intelectuais europeus e que motivaram eventos importantes da época, como a Independência dos Estados Unidos (1776) e a Revolução Francesa.

O antiabsolutismo voltou a agitar as mentes revolucionárias em meados do século XIX por conta da restauração monárquica que se consolidou no Congresso de Viena. Os monarcas absolutistas tentavam restaurar o seu poder soberano, mas encontraram resistências para a sua execução tanto na Europa como na América, continente que, segundo esses restauradores, deveria permanecer colônia europeia.

Os Estados Unidos mostraram sua força ao impedirem qualquer interferência europeia na reconquista das colônias por meio da Doutrina Monroe, simbolizada pelo lema “América para os americanos”.

No campo econômico, a Europa também atravessava um período de transformação. A Revolução Industrial, que começou na Inglaterra, em meados do século XVIII, iniciava sua segunda fase, expandindo para outras nações europeias o processo de industrialização.

Os trabalhadores do campo tiveram que abandonar suas terras por conta do avanço do latifúndio e se dirigiram para as cidades em busca de trabalho nas indústrias recém-instaladas. O capitalismo se consolidava como modo de produção dominante. As nações europeias beneficiadas pelo desenvolvimento econômico após a industrialização avançavam seus domínios sobre os continentes africano e asiático, em busca de metais preciosos, mercado consumidor e matéria-prima.

Apesar de a econômica estar em franco desenvolvimento e expansão, a realidade europeia no campo social não tinha avançado na mesma intensidade. A segunda fase da Revolução Industrial mostrou a desigualdade social e o aumento da pobreza como graves problemas e que poderiam gerar revoltas e conflitos armados.

Karl Marx e Friedrich Engels, economistas alemães, publicaram o livro Manifesto do Partido Comunista, analisando criticamente o sistema capitalista e convocando os trabalhadores do mundo inteiro a se unirem contra a situação precária vivida por eles. Os ideais marxistas se espalharam por toda a Europa, e os problemas sociais se tornaram motivações para que os trabalhadores se organizassem e reagissem àquela situação pelo uso das armas. Ao contrário do liberalismo, o marxismo se tornou popular na camada mais pobre da Europa.

Outro ideal que repercutiu bastante na metade do século XIX foi o nacionalismo. O nacionalismo foi um dos principais motivadores para o início do processo das unificações italiana e alemã. As duas regiões reuniam diversos reinos com povos diferentes, mas esse ideal nacional conseguiu convergi-las em busca da unificação. Com o surgimento da Itália e da Alemanha como nações, as grandes potências europeias Inglaterra, França e Bélgica ganhavam novos adversários tanto no continente europeu como na disputa pelas riquezas da Ásia e da África.

O contexto histórico da Primavera dos Povos foi marcado pelas disputas de domínio entre as nações europeias, mas também por ideias que uniam grupos políticos, trabalhadores e camponeses que estavam dispostos a pegar em armas pela concretização de suas ideias.

Leia também: A atuação do movimento operário no século XIX

Objetivo da Primavera dos Povos

O ano de 1848 foi marcado em toda a Europa por diversas manifestações populares e movimentos revolucionários, que contestavam as ações repressoras do Estado. A população mais pobre ergueu barricadas nas ruas para lutar contra a miséria e a opressão por ela vivida.

Naquela época, a Europa atravessava uma crise econômica. A produção agrícola foi afetada por pragas e a seca, destruindo plantações e levando os camponeses para as ruas exigindo melhores condições de vida. Outro grupo que também se manifestou contrário à situação degradante que vivia foi o dos trabalhadores urbanos. As fábricas não lhes garantiram nenhum direito trabalhista, e as péssimas condições de trabalho os levaram também às ruas para manifestarem.

Quem estava nas barricadas tinha em mente a conquista do poder. Os ideais marxistas foram a principal motivação dos participantes da Primavera de Praga a se unirem contra a burguesia e seus representantes que estavam no poder e, segundo eles, teriam permitido ou se beneficiado economicamente daquela situação precária por eles vivida.

Os estudos de Karl Marx influenciaram na organização dos trabalhadores durante a Primavera dos Povos, em 1848.

Países envolvidos na Primavera dos Povos

A Primavera dos Povos aconteceu em vários países da Europa. Pode-se destacar:

  • Itália: na península Itálica, em 1848, os movimentos revolucionários tentaram unificar os reinos, porém foram derrotados. A Itália ficou sob domínio da França e da Áustria até 1861, quando de fato a unificação aconteceu.

  • Hungria: tal qual na Itália, os ideais nacionalistas avançaram pela Hungria. No começo de 1848, o governo austríaco tornou o país independente, mas a Áustria invadiu o território e desfez o governo e suas ações independentes.

  • Alemanha: ao mesmo tempo que acontecia a industrialização, revoltas operárias se espalhavam por toda parte. Apesar de as ideias nacionalistas também avançarem entre os alemães, pouco resultado foi obtido em busca da tão sonhada unificação.

  • França: as revoltas sociais fizeram com que o rei Luís Filipe abdicasse do trono em 1848, mas não diminuíram a crise social. A república foi proclamada, mas Carlos Luís Napoleão Bonaparte deu um golpe e se tornou imperador Napoleão III.

  • Áustria: as rebeliões contra a monarquia austríaca se espalharam pelo território e, em novembro de 1848, o rei austríaco abdicou do trono.

Nota-se que, apesar da restauração monárquica após o Congresso de Viena, as revoltas populares conseguiram desestabilizar a situação política da época. Os ideais marxistas e nacionalistas reforçaram união de grupos contrários aos monarcas para lutar contra essa situação.

Leia também: Comuna de Paris — a primeira experiência histórica de governo popular

Consequência da Primavera dos Povos

A volta das monarquias absolutistas ao poder representou a consolidação da burguesia como classe social dominante, porém a forte resistência vinda da classe mais pobre demonstrou a aceitação desse grupo dos ideais marxistas de tomada de poder pelos trabalhadores. Esses ideais foram debatidos, e a união das forças trabalhistas contra o sistema capitalista se tornou prioridade.

As Internacionais Socialistas, movimentos em defesa dos trabalhadores, espalharam-se pela Europa, divulgando as ideias de Marx e Engels bem como mantendo a reação prática daqueles que eram oprimidos pelo sistema capitalista.

Outra consequência da Primavera do Povos foi a unificação da Itália e da Alemanha. Se, em 1848, grupos nacionalistas tentaram se rebelar contra as monarquias e impérios, nos anos seguintes, esses grupos continuariam lutando por esses objetivos até que, de fato, os conseguissem. Apesar de as revoltas de 1848 terem sido derrotadas, as monarquias absolutistas demonstraram que não tinham forças políticas, sociais e econômicas para se manterem no poder.

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